Roberto Alvim, secretário da Cultura do governo Bolsonaro, citou Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha Nazista, para anunciar Prêmio Nacional das Artes
Foto: Divulgação
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O secretário especial da Cultura do governo federal, Roberto Alvim, citou trechos de uma fala do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, ao anunciar a liberação de R$ 20 milhões para o Prêmio Nacional das Artes. O vídeo do secretário gerou uma onda de críticas e levou o nome de Goebbels a ser um dos mais citados no Twitter durante a madrugada desta sexta-feira (17/1).
Alvim diz no vídeo que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”.
A fala é semelhante a um discurso de Joseph Goebbels em 8 de maio de de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim."A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada." Na ocasião, ele falava para diretores de teatro.
O trecho do discurso do ministro nazista está relatado no livro "Joseph Goebbels: Uma biografia" (Ed. Objetiva), escrito pelo historiador alemão Peter Longerich. Além da citação, a música de fundo do vídeo é um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida.
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— Secretaria Especial da Cultura (@CulturaGovBr) 16 de janeiro de 2020
Após a repercussão, Alvim comentou em suas redes sociais que a semelhança entre as falas é uma "coincidência" e que "a esquerda está fazendo uma falácia de associação remota". "Eu não citei ninguém. E o trecho fala de uma arte heróica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro", se justificou.
BIOGRAFIA
Joseph Goebbels tornou-se ministro da Propaganda de Adolf Hitler em 1933. Esse era um dos cargos mais importantes do governo alemão, já que era atribuição desse ministério a tarefa de convencer a população sobre os ideais nazistas. Cabia a Goebbels também o controle de toda a produção jornalística da Alemanha, o que acarretou em censura e perseguição a jornalistas judeus e outros grupos de oposição.
Sob ordens de Hitler, Goebbels convocou a população a boicotar negócios judeus e incentivou e organizou a queima de livros considerados “não alemães”. Após a morte de Hitler, Goebbels exerceu a função de chanceler por um dia. Ele e a esposa tiraram a própria vida em 1º de maio de 1945 após envenenarem os seis filhos.
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