Estima-se que 20 milhões de brasileiros tenham algum problema auditivo – desse total, mais de 2 milhões com deficiência severa
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
A coordenadora-geral da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, Odília de Sousa, reconheceu que os recursos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para aparelhos auditivos são insuficientes, principalmente porque a demanda é cada vez maior com o envelhecimento da população brasileira.
"O gestor repassa o recurso para os serviços, mas nunca é suficiente para que seja feito todo esse atendimento", afirmou a coordenadora, em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (16).
Estima-se que 20 milhões de brasileiros tenham algum problema auditivo – desse total, mais de 2 milhões com deficiência severa. Para estes, o SUS disponibiliza aparelhos auditivos, mas a fila de espera chega a três anos.
O representante da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, Fayez Bahmad Júnior, afirmou que, diante da impossibilidade de se atender a todas as pessoas com deficiência auditiva, a prioridade do SUS deve ser o diagnóstico precoce, que permite o desenvolvimento normal em crianças.
"A partir do diagnóstico precoce, os nossos bebês teriam direito à reabilitação auditiva precoce, que é fundamental porque o nosso cérebro precisa disso: de um diagnóstico precoce e de uma reabilitação precoce", declarou.
Atualmente, o teste da orelhinha – como ficou conhecida a triagem auditiva neonatal – só é realizado em 30% dos recém nascidos.
Mais recursos
A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), que propôs a audiência, reconheceu que já houve avanços, mas afirmou que é preciso garantir mais recursos. Ela afirmou que, somente em seu estado, existem 7.500 pessoas à espera de um aparelho auditivo.
"Avançamos? Avançamos sim, mas precisamos encurtar essa distância que existe entre o tempo do diagnóstico, que já é muito longo, e o acesso aos equipamentos", disse Carmen Zanotto.
A audiência foi promovida pelas comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência; de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa; e de Seguridade Social e Família da Câmara.
Perda auditiva
A perda auditiva é mais comum em pessoas acima de 60 anos, mas pode acometer pessoas mais novas, principalmente pela exposição constante a lugares barulhentos ou a uso de fones de ouvido por períodos longos e em volume alto.
Três em cada mil crianças nascidas vivas apresentam perdas auditivas. Entre os idosos, a proporção é de um a cada três. Em crianças, a deficiência auditiva atrapalha o desenvolvimento cognitivo e motor; em idosos, causa o isolamento e a depressão; em adultos, dificulta o ingresso no mercado de trabalho.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!