Mais de cem pessoas espancaram mulher até a morte no Guarujá, diz suspeito

Segundo a Polícia Civil, o homem foi identificado a partir das imagens feitas durante o ataque, no último sábado (3). Não foram divulgadas informações sobre o suspeito.

Mais de cem pessoas espancaram mulher até a morte no Guarujá, diz suspeito

Foto: Divulgação

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Mais de cem pessoas se uniram para agredir Fabiane Maria de Jesus, no Guarujá, litoral de São Paulo, de acordo com o suspeito Valmir Dias Barbosa, 48 anos, preso após denúncias anônimas de que teria participado do linchamento.

A informação foi dada em depoimento à polícia. Barbosa, que é eletricista, confessou a participação no crime. A dona de casa agredida tinha 33 anos e morreu dois dias depois do espancamento, provocado por causa de um boato, espalhado por uma rede social, de que ela sequestrava crianças para praticar magia negra.

Duas outras pessoas que presenciaram as agressões e o responsável por um site de notícias também prestaram depoimento.

O eletricista aparece em imagens do espancamento. O homem bate na vítima com um pedaço de pau. Ele foi detido em uma blitz da polícia na mesma comunidade em que a dona de casa foi espancada. À polícia, Barbosa disse que tem filhos e que acreditava que Fabiane fosse culpada. 

— Chegaram com a mulher lá, dizendo que ela era a sequestradora. Não foi só eu, tinha bem umas cem pessoas. Enquanto não apareceu que ela era uma mãe de família, todo mundo estava condenando.  

De acordo com o delegado Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, responsável pelo caso, Barbosa foi influenciado pelos boatos e disse que estava drogado.  

— Mostrou-se arrependido. Ele se disse inflamado pela população.

Outras cinco pessoas já foram identificadas pela polícia. Fabiane foi amarrada, espancada e arrastada durante o linchamento. Valmir Dias Barbosa deve ficar preso pelos próximos 30 dias. Ele está em uma cadeia pública, anexa à delegacia.

"Espero que o remorso pese no coração de cada um", diz prima de espancada até a morte no Guarujá

 

Depoimentos

A dona de casa Daiana Jéssica testemunhou a agressão e foi chamada para prestar depoimento na polícia. Ela contou que tentou ajudar a vítima.

— A gente era minoria e não tinha o que fazer.

O ajudante Jonas Thiago Andrade também foi ouvido pela Policia Civil. Ele aparece em um dos vídeos que foram divulgados na internet e disse que não bateu na mulher. Andrade acredita que as pessoas que agrediram Fabiane agiram motivadas pelos boatos que começaram na internet.

— A gente não pode culpar ninguém, tem que culpar a internet. O erro foi dele, não da comunidade.  

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