*A Federação Nacional dos Jornalistas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e a Associação dos Jornalistas Aposentados do Estado de São Paulo vão realizar um movimento contra a censura e a favor da Liberdade de Imprensa no Brasil. O ato está ocorrendo nesse momento em frente à sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, na praça Clóvis Bevilácqua. Manifestações semelhantes ocorrerão em todo o país.
*A data da manifestação coincide com o Dia Nacional da Imprensa. Essa data é bastante significativa como afirma José Augusto Camargo, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e diretor da Federação Nacional dos Jornalistas em São Paulo.
*Para ele, a imprensa brasileira já começou no exílio "A imprensa brasileira nasceu com a vocação marginal de afrontar a publicação no Brasil, porque no período colonial fomos proibidos de possuir uma imprensa própria. Assim, a primeira gráfica do Correio Brasiliense nasceu no exílio em Londres, até que com a vinda da família real para o Brasil pudemos começar a pensar na imprensa no país."
*IMPRENSA E JUSTIÇA
*A escolha do local também foi decidida para marcar posição contra decisões recentes da Justiça consideradas ameaças concretas à liberdade de expressão. Os manifestantes, que foram convidados pelos órgãos, vão usar uma mordaça preta em sinal de protesto.
*A idéia do ato surgiu da insatisfação com alguns fatos ocorridos recentemente contra a liberdade de imprensa, como o caso da liminar concedida por um desembargador de Rondônia que proibiu a veiculação no estado de reportagem do Fantástico, da Rede Globo, no dia 15 de maio, mostrando cenas de corrupção explícita de um grupo de deputados estaduais.
*Também é lembrada a condenação a 18 meses de prisão imposta ao jornalista Jorge Kajuru, e a apreensão do livro Na toca dos leões, do também jornalista Fernando Morais. Nos dois casos atuou a Justiça de Goiás.
*Kajuru e Morais, bem como os jornalistas Joacir Gonçalves, do Jornal Enfoque Social, de Itaquaquecetuba (SP) e Fernando de Santis, demitido do jornal Correio do Litoral, de Ilhabela (SP) foram convidados. Santis e Gonçalves foram vítimas de recentes ameaças de morte de autoridades e empresários em suas respectivas cidades, em conseqüência de denúncias feitas em reportagens.
*Outras manifestações vão ocorrer em outros locais do Brasil com a organização dos sindicatos de jornalistas. O ato de 1º de junho é um início de um trabalho maior, como afirma Camargo, já que estão organizando a Campanha Nacional de Valorização e Defesa da Liberdade de Imprensa que vai se estender ao longo do ano com várias atividades.de conscientização.