PRODUÇÃO: Recebimento de cacau nacional teve crescimento de 41,4% até maio

Volume no acumulado dos cinco primeiros meses do ano ficou em 68.420 toneladas

PRODUÇÃO: Recebimento de cacau nacional teve crescimento de 41,4% até maio

Foto: Divulgação

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O recebimento de amêndoas nacionais no acumulado dos cinco primeiros meses de 2022 cresceu 41,4% de acordo com os dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de cacau (AIPC). No período, foram recebidas 68.420 toneladas de amêndoas, ante 48.365 toneladas no mesmo período de 2021.
 
 
Na comparação do volume recebido em maio versus o total recebido em abril, houve aumento de 131%, passando de 11.912 toneladas para 27.578 toneladas. Na comparação de maio desse ano com o mesmo mês no ano anterior, o aumento foi de 1,43%, já que no mês de maio de 2021 o volume recebido foi bastante próximo do verificado em 2022, com 27.188 toneladas.
 
 
“O início da safra temporã confirma uma melhora da safra brasileira. O cenário atual é de recuperação e acreditamos que nos próximos 3 a 5 anos o Brasil produzirá cacau suficiente para atender a demanda nacional”, explica a diretora-executiva da AIPC, Anna Paula Losi.
 
 
Nos cinco primeiros meses de 2022 a moagem de amêndoas ficou em 87.436 toneladas, um recuo de 6,46% em relação às 93.478 toneladas. Na comparação entre abril e maio, o volume processado cresceu 27,7%, passando de 14.051 para 17.946 toneladas. Na comparação com maio de 2021, houve um recuo de 7,53%, já que o volume processado no mesmo mês do ano anterior foi de 19.409.
 
 
“Depois de um primeiro quadrimestre com quedas acentuadas na moagem, o que vemos agora é o início de uma recuperação, com a redução da queda, que chegou a 27% em abril. Seguimos com boas perspectivas para esse ano, apesar dos desafios do cenário econômico global”, pondera Anna Paula.
 
 
De janeiro a maio as importações de amêndoas também recuaram em comparação ao mesmo período de 2021: foram 10.010 toneladas recebidas, ante 30.500 toneladas. O volume importado de janeiro a maio é o menor dos últimos quatro anos. As exportações de derivados, que atendem principalmente os mercados dos Estados Unidos, Argentina e Uruguai também recuaram no acumulado do ano, passando de 22.976 toneladas em 2021 para 20.232 toneladas nesse ano, queda de 11,9%. Segundo Anna Paula, a recuperação da produção de amêndoas de cacau também é notada pela redução da importação.
 
 
“A expectativa é que nos próximos anos a importação de amêndoas seja cada vez menor, já que a produção nacional será suficiente para atender a indústria nacional. Agora precisamos criar um ambiente para que acessemos novos mercados, tanto para a amêndoa brasileira como para os derivados”, pondera.
 
 
Análise do mercado internacional
 
 
De acordo com o analista da StoneX, Caio Santos, durante o mês de maio, os preços dos futuros de cacau foram consideravelmente impactados pelas crescentes pressões macroeconômicas vistas nas principais economias globais, com os receios quanto à possibilidade de recessão econômica. “Esse cenário acabou por causar pressão sobre os preços da ICE NY com as máximas em U$2.646 a tonelada e as mínimas em U$2.421 logo na primeira metade do mês.”
 
 
Na segunda quinzena, a despeito da manutenção das pressões econômicas, com a reiteração da perspectiva deficitária de amêndoas para a safra atual pela ICCO, que foi revisada para -174 mil toneladas    (-181 anteriormente), o mercado voltou a receber certo suporte no período, o que culminou no cenário de expressivo congestionamento visto então.
 
 
Santos explica ainda que no contexto intrínseco do mercado de cacau, vale notar que as margens de esmagamento voltaram a se estreitar nos últimos meses, visto o incremento nos custos produtivos e logísticos dos subprodutos, como manteiga e pó de cacau, promovendo ainda maiores pressões no curto prazo em decorrência da queda nas compras das esmagadoras.
 
 
“Ainda assim, com a perspectiva de déficit ainda presente no mercado, esse fato possivelmente deve contribuir com certo suporte aos preços no médio e longo prazo.”
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