A inconsequência parece mesmo não ter limites na conduta de dirigentes e autoridades públicas. Falar em retorno das aulas presencias na rede pública e privada - suspensas desde março do ano passado, em virtude da pandemia do novo coronavírus -, nesse momento complicado da vida nacional, com o aparecimento de variantes letais como a Delta, é quase um suicídio.
Chega a ser até difícil encontrar adjetivos para qualificar esse tipo de comportamento. A impressão é de que essa gente vive noutro planeta, indiferente a grave crise sanitária e hospitalar que o país atravessa, quando mais de meio milhão de pessoas perderam suas vidas para a covid-19 e outras tantas estão lutando para sobrevirem.
O que é mais importante, salvar o ano letivo ou evitar que mais vida sejam ceifadas por esse vírus maldito? Não fui consultado sobre o retorno das aulas presenciais. Nem poderia. Afinal, não tenho filho estudando na rede pública de ensino, mas tenho um neto, de 15 anos, porém, tivesse eu sido questionado, a minha resposta seria um sonoro não. Por quê? De tão óbvia, a justificativa parece-me desnecessária. E não adianta vir com essa conversa mole de que os trabalhadores em educação já foram vacinados. E os alunos, como fica a situação deles? A menos que as autoridades os considerem imunes ao vírus e suas variantes. E a situação das famílias dos alunos, não ficariam elas ainda mais vulneráveis à contaminação?
É inconcebível falar em retorno das aulas quando uma ínfima parcela da população foi imunizada. É preciso avançar mais rapidamente no processo de vacinação. É preciso vacinar todo mundo, e não apenas os grupos prioritários, antes de se falar na volta às aulas. Saúde é coisa séria, apesar de muita gente relegar esse bem tão preciso dado por Deus.