Olá, caros leitores aqui da coluna Ponto & Vírgula. Certa vez, participando de um evento do Lions Club, em Porto Velho, um integrante da mesa de serviço mencionou que “determinada membra, da Comissão de Análise Ética, era muito ativa”.
Aquilo soou estranho para mim e penso que o mesmo se deu com muitos integrantes da plateia. Sendo assim, vamos tratar desta ocorrência, certamente mais uma dúvida que merece análise da coluna Ponto & Vírgula.
A palavra “membra” existe sim na língua portuguesa e está dicionarizada como sendo o feminino de “membro”, quando se referir a “associada, colaboradora, filiada, inscrita ou sócia”. Isto pode ser comprovado com uma rápida consulta ao Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (Volp). Veja os exemplos:
“Ele é membro da equipe editorial.”
“Ela é membra da equipe editorial.”
Ambas as formas estão corretas.
O estranhamento da palavra “membra” dá-se porque seu uso é pouco frequente. Normalmente, no dia a dia o termo aparece na forma do substantivo sobrecomum, apresentando um só gênero para nomear pessoas dos gêneros masculino e feminino. É o caso de “apóstolo”, “indivíduo”, “manequim”, “cônjuge”, “monstro”, “animal” etc.
Mas há outras palavras que até pouco tempo só eram aceitas como masculinas. É o caso de “parenta”, “presidenta” e “ídola”. Elas agora estão devidamente incorporadas ao nosso idioma como o equivalente feminino de “parente”, “presidente” e “ídolo”.
A lei federal 2.749, do senador Mozart Lago, determina o uso oficial da forma feminina para designar cargos públicos ocupados por mulheres, o que se aplica então ao cargo de “presidente”. Dilma Roussef foi de fato a “presidenta” do Brasil apesar de alguns gramáticos ainda entenderem que o termo deveria seguir o exemplo de palavras como “cliente”, “paciente” ou “gerente”, ainda sem a forma feminina.
Até a próxima coluna, caros leitores!
(*) Marcos Lock é jornalista profissional e professor de Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Rondônia (Unir)
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