Dia das mães é hoje também

COLUNA

10 de Maio de 2016 às 11:33

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Foto: Divulgação

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Eu sei que o dia das mães foi domingo. Mas hoje, também é. E amanhã e depois e depois...

Hoje vou escrever apenas como uma filha. A filha da Olinda. Por quê? Porque eu estou com saudade! Muitas saudades.

Mamma

Quando somos crianças, o colo da nossa mãe eh o único lugar onde queremos estar.
Na adolescência, dela é onde, muitas vezes, evitamos ficar. Nessa fase ela tem tantos defeitos.
Na maturidade, queremos ter aquela força que ela tem. Quisera eu ter o poder de superação e altruísmo dela.
A Olinda tem uma história de vida muito difícil e uma capacidade de sorrir e alegrar a todos em volta. Conhecendo sua história, fica difícil entender esta alegria.
Talvez seja por causa dela que eu valorizo tanto o brilho nos olhos e sinto falta quando não o tenho.
A Olinda adora dançar e se ilumina quando faz isso.
Acho que herdei dela este gosto. Herdei também um pneuzinho na cintura que não sai nem rezando um terço por 40 dias. Essa parte eu não gostei.

E como fala. Fala muito.
Eu não puxei isso dela. Definitivamente não. Eu não sou assim ( rs)
Mas, o que ela adora mesmo é rir, dar gargalhadas.
E é braba. Minha costas que o digam.
Mas eu confesso que as chineladas não doíam tanto. E hoje eu sei que ela nem batia com força. Era só pra impressionar mesmo e botar moral.
Mas o meu drama de uma legítima sagitariana era e é forte. Rs
Da mira eu sabia me desviar. Ou a pontaria dela era ruim .

Mas ela sempre soube eu estava, com quem e fazendo o quÊ. Era e é parceira. E eu sempre tive medo de algo acontecer e ela não saber onde me encontrar.

A Olinda tem um remédio muito bom para dor de cabeça; café. E não aceita bem quem recusa seu cafezinho quando vai a casa dela. É sistemática. Recusou 2 vezes, nunca mais oferece. Como boa mineira, sempre prepara algo para suas visitas. O biscoito de polvilho é preferência de 100% dos amigos dos filhos e todos a adoram a Olinda, que sempre recebeu-os muito bem e manteve a porta aberta para cada um dos amigos dos filhos.
Eles chegam e ela vai logo dizendo com sotaque mineirês:
- Ô boba, vô fazê um cafezin e uns biscoitin de porví. É rapidin, tá?

A Olinda se rebela quando tentam mandar nela e fica braba. Muito braba!
Isso, definitivamente, herdei dela.

Ela é do tipo que odeia frio e não gosta de exercício físíco, mas quando resolve fazer caminhada, leva um pedaço de bolo para comer no caminho. Caminhar dá uma fome danada. É o que ela diz.
Faz rir até quando fala sério. Tem umas tiradas fantásticas. Dignas de humoristas dos bons.
Que pena que não puxei isso dela.
Nunca soube ficar paparicando nem dizendo " eu te amo".
Mas a vida toda soube e sabe amar, proteger e paparicar do jeito dela e como só uma mãe, no sentido mais exato da palavra, sabe.
A Olinda é vaidosa, só não muda o cabelo e não gosta de usar sapatos fechados, saias e vestidos. E se insistir e e você observar que o rosto ficou vermelho, aí corra, porque é sinal claro e certo que ela já está nervosa. E nem ouse perguntar se ela está stressada, porque aí, meu amigo, a casa cai. Ela odeia esta pergunta.

Em todo o resto, ela tenta mudar ou se adaptar, de acordo com as necessidades de cada um de seus 6 filhos.
Talvez eu nao seja uma excelente filha, mas assim como ela, do meu jeito, sei ama-la, protege-la e entendê-la, mesmo quando faço dramas, ainda que seja uma marmanjona, porque é só com ela que eu deixo de ser adulta, de ser mãe para me tornar apenas uma filha que gosta de cafuné e colo.

E não importa onde eu vá, para ela eu sei que sempre poderei voltar.

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