SEM SEGURANÇA: Jogador de futebol de 16 anos é morto durante operação da polícia

'Quero dar um abraço nesse avô', disse Fabrício Alves, pai de Gabriel Pereira Alves, 18 anos, após saber da morte de Dyogo Coutinho

SEM SEGURANÇA: Jogador de futebol de 16 anos é morto durante operação da polícia

Foto: Divulgação

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Moradores da comunidade da Grota, no bairro São Francisco, em Niterói, realizaram um protesto na tarde desta segunda-feira. Eles acusam policiais pela morte de um menino de 16 anos de idade durante uma operação do Comando de Operações Especiais (COE), que uniu equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BpChq), Grupamento Aeromóvel (GAM) e Batalhão de Ações com Cães (BAC). Dyogo Costa Xavier de Brito era jogador de futebol do América e, de acordo com os moradores, estava indo para o treino, por volta das 12h, quando levou um tiro de fuzil pelas costas.

 

Segundo moradores, o menino estava indo para o treino do Joga Bonito Futebol Clube quando foi atingido pelas costas

 

Segundo moradores, o menino estava indo para o treino do Joga Bonito Futebol Clube quando foi atingido pelas costas Foto: Arquivo pessoal

 

— Estudei com ele por anos e todos sabemos que ele não era traficante. Ele só estava indo atrás de seu sonho! Estão dizendo que ele era traficante, mas não era — indignou-se uma amiga do rapaz, que não quis se identificar.

 

Diogo defendeu as cores da comunidade da Grota na Taça das Favelas

Diogo defendeu as cores da comunidade da Grota na Taça das Favelas Foto: Arquivo pessoal

 

De acordo com a jovem, Dyogo era conhecido na comunidade como Dondom ou menino Coutinho. Nas redes sociais, vários amigos compartilharam homenagens e revoltaram-se com sua morte. O rapaz chegou a ser levado pelos próprios moradores para a Policlínica do Largo da Batalha, mas não resistiu.

 

— Afinal, que adolescente de 16 anos com chuteiras nas mãos sobrevive a um tiro de fuzil tomado pelas costas? — questionou a jovem.

 

Procurada, a PM informou que "depois de a operação estar finalizada, chegou ao conhecimento da Polícia Militar que um indivíduo teria sido atingido por disparos de arma de fogo e não resistiu".

 

Moradores protestam após morte de adolescente

 

O protesto dos moradores interditou as avenidas Rui Barbosa, na altura da Cachoeira, e Presidente Roosevelt, em São Francisco, na Região Oceânica de Niterói, na tarde desta segunda-feira. A PM esteve no local. De acordo com informações do 12º BPM, as vias foram fechadas pelos policiais por questões razões de segurança.

 

Ainda segundo o batalhão, apesar das interdições no entorno, as comunidades da região estão controladas pela corporação após operação do Comando de Operações Especiais (COE), que atua no Viradouro, na Grota e na Igrejinha desde a manhã.

 

Manifestantes utilizaram barricadas e incendiaram um ônibus. Um vídeo mostra um confronto entre eles e um policial na frente da Escola Municipal Helena Antipoff, na Avenida Rui Barbosa.

 

Protesto interditou avenidas em São Francisco

Protesto interditou avenidas em São Francisco Foto: Reprodução/Twitter

 

A ação da PM conta com equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BpChq), Grupamento aeromóvel (GAM) e Batalhão de Ações com Cães (BAC). De acordo com a corporação, até o momento foram apreendidos um fuzil AK-47 e duas pistolas, 19 munições 9mm, uma mira telescópica, 390 pinos de cocaína, 109 pacotes de pó, 22 trouxinhas de maconha, 22 trouxinhas de crack, 77 cigarretes de maconha, dois carregadores e cerca de 100 pinos de endolação.

 

Ainda segundo a corporação, um homem foi ferido e socorrido. Outros dois homens foram presos e um menor foi apreendido.

 

A Nittrans recomenda que os motoristas que precisem se deslocar entre a Zona Sul e a Região Oceânica optem pelo túnel Charitas-Cafubá.

 

197 ônibus incendiados no estado desde 2016, diz Fetranspor

 

A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) emitiu nota repudiando "os ataques criminosos a três ônibus nesta segunda-feira". Além do veículo incendiado em Niterói, outros dois foram incinerados em Angra dos Reis. Não houve feridos.

 

Com isso, informa a federação, chega a 197 o número de ônibus incinerados no Rio desde 2016, e mais de 40% deles tinham ar-condicionado. Ainda segundo a Fetranspor, somente sete destes foram recuperados e voltaram à operação.

 

"O custo de reposição supera R$ 85 milhões, recursos que poderiam estar sendo investidos na melhoria do transporte público com a renovação da frota.

 

A população é a maior prejudicada com a redução da oferta de transportes. Um ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo necessário para a reposição de um veículo no sistema. Se somarmos a frota incendiada desde 2016 (197), potencialmente, deixam de ser transportados mais de 13,7 milhões de passageiros nesses veículos.

 

É importante lembrar que a inexistência de seguro para esse tipo de sinistro e a crise econômica do setor, que tem feito as empresas perderem gradativamente a capacidade de investimento em renovação da frota, tornam inviável a reposição de ônibus incendiados", ressaltou a instituição.

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