O relator do projeto que trata da dosimetria, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), afirmou que sua proposta não prevê, em hipótese alguma, anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração praticamente inviabiliza qualquer possibilidade de Bolsonaro disputar a Presidência da República em 2026 condição imposta pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) para abrir mão de sua pré-candidatura.
“Anistia para Bolsonaro está fora de questão”, reforçou o parlamentar.
Resistência do PL trava votação. Segundo Paulinho da Força, a bancada do PL tem criado obstáculos e se recusa a aceitar a dosimetria apresentada no projeto. Sem o aval do partido, a votação fica inviabilizada. O deputado conta que a bancada está pondo dificuldade e não está aceitando a dosimetria. Se eles não aceitam, não tem votação.
Redução de pena, mas sem efeito político
Paulinho ressaltou que, embora o texto alcance Bolsonaro, ele não soluciona o principal problema do ex-presidente: a inelegibilidade. De acordo com o relator, a proposta reduziria a pena de Bolsonaro de 27 anos e 3 meses para cerca de 2 anos e 4 meses. Ele conta que o seu texto contempla o Bolsonaro, só não resolve o problema dele.
Flávio Bolsonaro impõe condição pública
No último domingo (7/12), em entrevista à Record, Flávio Bolsonaro deixou claro que só abrirá mão da pré-candidatura à Presidência se houver a libertação do pai. Para ele, esse é o “preço” que chama de justiça.
“É justiça comigo e com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados. Estão dentro de um cativeiro junto com o presidente Jair Messias Bolsonaro”, declarou o senador.
“Esse é o meu preço”
Flávio reforçou que não há possibilidade de recuo sem que Bolsonaro esteja livre, apto a circular pelo país e disputar eleições. “A única forma de eu desistir é ver Bolsonaro livre, nas urnas, caminhando com seus netos pelas ruas do Brasil. Esse é o meu preço”, afirmou.
Projeto avança na Câmara, mas trava no Senado
A Câmara dos Deputados aprovou, em 17 de setembro, o regime de urgência do projeto que concede perdão a participantes de manifestações desde 30 de outubro de 2022, beneficiando condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. O placar foi de 311 votos a favor, 163 contra e 7 abstenções. Apesar do avanço, Paulinho da Força avalia que o texto não tem sustentação política no Senado.
Sucessão no PL e reação do Planalto
A decisão de lançar um membro da família Bolsonaro como candidato do PL em 2026 foi comunicada a aliados na semana passada. Foi a primeira manifestação explícita do ex-presidente, atualmente preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília, por meio do filho mais velho.