CONFÚCIO MOURA: Senador defende aprovação de leis que regulamentem o mercado de carbono

Para o senador, com os desastres naturais cada vez mais intensos tudo pode se agravar se não tomarmos atitudes firmes hoje

CONFÚCIO MOURA: Senador defende aprovação de leis que regulamentem o mercado de carbono

Foto: Assessoria

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Em pronunciamento em Plenário nesta segunda-feira (22), o senador Confúcio Moura ressaltou que para conter o aumento da temperatura global, é necessário conter o desmatamento e, ao mesmo tempo, criar mecanismos para a regeneração florestal das áreas degradadas de pastagens, o que significa plantar árvores ou deixar que a própria floresta se regenere.
 
O parlamentar rondoniense afirmou que o homem não é o senhor absoluto do planeta e nem pode afirmar que as suas ações contra a natureza não sejam devolvidas com igual intensidade contra todos os seres vivos. “Há uma reação. Você destrói para depois, também, ser destruído. Todos nós estamos vendo as altas temperaturas e as suas consequências. É visível. Ninguém contesta isso mais. Chegando bem perto dos limites estabelecidos em acordos internacionais. O negócio é bem sério e o momento do não-retorno já bate à nossa porta”, afirmou.
 
Em fevereiro, deste ano, Confúcio Moura disse ter recebido um documento intitulado “Carta Aberta”, sobre a crise hídrica de 2024, assinado pelo presidente da Associação Rondoniense de Engenheiros Ambientais (AREA), que aponta o estresse hídrico em diversos municípios de Rondônia. “A associação faz uma série de recomendações preventivas e necessárias que devem fazer parte das preocupações e das agendas dos gestores públicos do Estado de Rondônia”, disse.
 
De acordo com o senador, o procurador-geral do estado de Rondônia, Ivanildo de Oliveira, o presenteou com um livro de sua autoria - Águas da Amazônia Contaminadas por Mercúrio.  Segundo ele, a água há de ser compreendida como um direito humano fundamental e transnacional. “Dessa feita, a contaminação por mercúrio da água da bacia do Rio Madeira viola o direito humano fundamental, ao tempo que configura um típico caso de interesse transnacional”, explicou.
 
Para o senador, com as alterações climáticas, com os desastres naturais cada vez mais intensos, com o desmatamento de nossos biomas, especialmente na Floresta Amazônica, tudo pode se agravar se não tomarmos atitudes firmes para a contenção da degradação ambiental pelo próprio homem.
 
Para conter o aumento da temperatura, que ninguém hoje ignora, segundo Confúcio Moura, inicialmente temos que conter o desmatamento ilegal e, ao mesmo tempo, criar mecanismos para a regeneração florestal das áreas degradadas de pastagens, o que significa plantar árvores ou deixar que a própria floresta se regenere.
 
Confúcio Moura explicou que é hora de fazer o dever de casa, aprovando leis que regulamentem o mercado de carbono, com toda a sistematização necessária, para que haja interesse econômico em manter a floresta em pé, ou que se venha a plantar nas propriedades rurais, para que possam ter lucratividade com o negócio. “Sequestrar o carbono da atmosfera é a solução para por fim à mudança climática e a regeneração florestal é provavelmente o meio mais eficiente e barato”, disse.
 
O senador Confúcio ressaltou que há necessidade de aumentar a renda dos proprietários rurais com modelos já aprovados no Brasil, como os conhecidos integração lavoura-pecuária-floresta e os sistemas agroflorestais. “E, na Amazônia, nada mais conveniente que a inclusão do cacaueiro no negócio, além de espécies conhecidas como a teca, o pínus e o que nós popularmente chamamos de bandarra, cujo nome científico é paricá. A Embrapa tem experiência de mais de 40 anos de pesquisa com o desenvolvimento de espécies exóticas no Brasil. Não nos é permitido não reagir ao que está acontecendo”, alertou o parlamentar.
 
A respeito das crises climáticas Confúcio disse que tudo leva aos eventos extremos com prejuízo de vidas humanas e na economia. “O que temos que fazer é prevenir, através de atitudes de Estado coerentes, e o convencimento dos mais diversos segmentos da sociedade a uma nova ordem que compatibilize negócios com a preservação da natureza no seu sentido mais amplo e, também, preparar a população brasileira, cidade por cidade, de acordo com as características, para a iminência desses desastres. E a escola deve ser a primeira fase, educar os meninos sobre esta realidade”, disse.
 
Ao finalizar, o senador disse que a sua fala vem ao encontro das evidências de que não dá para continuar fazendo o que temos feito ao longo dos últimos 200 anos. “Ainda temos tempo de fazer o que deve ser feito, o correto, através de políticas bem pensadas, programas compensadores para o homem e para a natureza, e com todo o sistema de fiscalização e controle, além das medidas educativas que teremos que semear na cabeça do povo brasileiro. Ou se faz certo agora ou se sofre depois. E o “depois” não é depois de nós, é logo ali!”, concluiu.
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