TRETA NO HEURO: Prefeitura alega razões técnicas para suspensão de licença das obras

Já consórcio responsável pela construção de hospital na capital aponta “fator político”

TRETA NO HEURO: Prefeitura alega razões técnicas para suspensão de licença das obras

Foto: Divulgação/Vigor Turé S.A.

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Desde o último final de semana, uma confusão entre a Prefeitura de Porto Velho e o Consórcio Vigor Turé S.A., responsável pela construção do novo Hospital Estadual de Urgências de Rondônia (Heuro), na capital, tem dominado a política local.

 

Hoje, o Executivo municipal deu mais uma versão nessa “guerra”: o secretário municipal de Regularização Fundiária, Habitação e Urbanismo (Semur), Edemir Brasil, e o procurador-geral do município (PGM), Luiz Duarte Freitas, divulgaram à imprensa as razões que levaram à suspensão da licença de obras do Heuro.

 

"Em março de 2022, foi lançada a pedra fundamental, mas somente em setembro daquele ano a empresa responsável pela obra, a Vigor Turé, compareceu à Prefeitura emitindo a licença. Houve um diálogo, envolvendo vários órgãos e emitimos um termo de compromisso, para continuar a obra e as pendências serem resolvidas em 90 dias, mas não foi apresentado o documento de propriedade ou o cadastro municipal do imóvel", comentou Edemir Brasil.

 

Segundo ele, "passados os 90 dias, a empresa não cumpriu esse termo pactuado, depois chegou ao conhecimento de que haveria uma disputa jurídica entre a empresa e o proprietário do terreno, que cobraria o pagamento da área. Revogamos a licença provisória e a empresa ingressou na justiça, conseguindo uma liminar e o município não questionou. Em 03 de dezembro de 2023, em audiência de conciliação, a empresa se comprometeu, em 10 dias, a ingressar com o requerimento de regularização do imóvel, que não foi feito".

 

Edemir ainda completou: "Após diversas advertências da Prefeitura, somente em 24 de janeiro deste ano, a Vigor Turé apresentou abertura de processo de remembramento de lotes, com documentação incompleta, que é diferente do acordado e ao município não restou outra alternativa, se não suspender a licença e embargar a obra".

 

Luís Duarte Freitas reforçou que “na licença de obras, o construtor apresenta o projeto, que é avaliado com base na legislação em vigor. O projeto deve constar a área que será construída, o tamanho do terreno e a finalidade. E há uma indefinição sobre o tamanho efetivo do imóvel, com a empresa apresentando mais de uma área, mas sem definir o uso desses espaços e sem apresentar as documentações comprobatórias, ficando impossibilitado de a Prefeitura emitir a licença definitiva”.

 

Luiz Freitas explicou que “a prefeitura até poderia considerar uma atualização cadastral, com os dados do comprador da área, e se ela é desmembrada, por exemplo. Não precisaria do registro imobiliário, mas teria que provar ser possuidor, com o documento de compra, para a atualização cadastral. Com isso, se saberia o tamanho. Mas, isso a empresa não fez e fomos obrigados a revogar a licença e nada impede que a empresa, de posse da documentação necessária, abra um novo processo de registro e assegure a licença definitiva”.

 

 

Andamento

 

A Prefeitura informou que cabe à empresa apresentar a documentação exigida por lei, dando início em um novo processo de licenciamento da obra.

 

"A solução é a seguinte, a empresa procura o município, abre um novo processo de licenciamento e se ela estiver com toda a documentação exigida em lei, vai assegurar a licença definitiva. Essas exigências legais se aplicam, não apenas ao Heuro, mas para todas as obras. Nunca uma obra teve tantos benefícios quanto esta, mas infelizmente por incapacidade da empresa, não avançamos", pontuou Brasil.

 

De acordo com o titular da Semur, "tanto o município quanto o Governo não têm culpa nesse impasse. A empresa não cumpre as normas legais e usa a prefeitura como bode expiatório. A licença de obras é um documento legal e de muita importância. Se a Prefeitura não agir, corre o risco de responder por deixar de exigir o cumprimento legal".

 

Segundo o procurador-geral do município, "a Prefeitura está pronta para receber os documentos e dará a devida celeridade nessa questão. Mas, é preciso cumprir a lei e cabe à empresa essa iniciativa. Todos sabemos da importância dessa obra e queremos contribuir com a sua execução, mas há requisitos legais que precisam ser cumpridos".

 

Impasse

 

No final de semana, a Vigor Turé S.A. divulgou uma nota de esclarecimento, onde diante de vários pontos, alegou fator político para a suspensão da licença de construção da unidade de saúde.

 

“Esses são os esclarecimentos que VIGOR TURÉ presta ao Povo de Porto Velho e de Rondônia, que aguardam, ANSIOSOS a conclusão do NOVO HEURO, ao tempo em que somente roga que lhe deixem trabalhar sem qualquer viés político partidário, porque o INTERESSE PÚBLICO clama pela conclusão da obra”, destaca a instituição.

 

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