ARTIGO: A morada de Deus

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Acabo de completar 73 anos. Nunca imaginei que chegaria a tanto. Foi ontem, em 1944, que saí do ventre de uma menina de 14 anos, cujos seios se formaram impelidos, precocemente, pela força da gravidez e da amamentação.

Esta criança que se tornou mulher, sem ter sido adolescente, pulou da infância direto para a vida adulta. Sem escola, sem orientação e com responsabilidades de dona de casa, tinha que cuidar do lar, do filho e do marido. O instinto foi o seu guia.

Esta mulher, que não viveu os sonhos, devaneios e fantasias da adolescência, virou mãe de oito filhos aos 25 anos. E a partir daí os criou sozinha. Fui seu companheiro na lida de cuidar dos mais novos. E de por comida no prato de cada um.

Com ela aprendi todos os valores que me norteiam. Aprendi a desenvolver a paciência, pois sempre era o último na repartição de dádivas, que às vezes, não me alcançava.

- Não chore, não fique zangado! Eu também não ganhei.

Ancião, trabalhador de três turnos, ainda forte e saudável, agradeço a Deus pela mãe e pai que me deu. Atribuo aos dois anos de amamentação e ao amor incondicional que Dona Zuleide deu a cada um dos seus filhos, o vigor que anima meu velho corpo.

Olho para trás e acho incrível a minha vida. Cheia de altos e baixos, igual à corcova de um dromedário. Você não acredita de quantas coisas já fiz para sobreviver. Nem imagina o tamanho do salto que foi o de sair do analfabetismo no meio do mato e ser repórter aos 17 anos nos Diários Associados e, aos 20, morar no Rio de Janeiro e trabalhar no Jornal do Brasil.

O mais fantástico é que sou de uma geração, que participou e ainda participa das maiores transformações da história humana.

Venho do tempo em que se casava com mulher virgem. Isso, após namorar na porta da família, sob o olhar de todos, noivar sob vigilância no sofá, montar casa e o enxoval da noiva e do noivo para, só então, casar.

Não existia motel nem a libertinagem de hoje. Era um tempo em que só existiam dois sexos: o de Adão e o de Eva. E família era instituição sagrada.

Ah! São tantas as histórias. Hora dessas, conto mais. O fato é que só tem uma explicação para que eu tenha chegado até aqui: Deus sempre esteve comigo. Ele mora no meu coração.

 

Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS