PMDB e PSDB temem que seus caciques tenham sido gravados por Sérgio Machado
Foto: Divulgação
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O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado conseguiu abalar Brasília. Após a divulgação de suas conversas com o ministro Romero Jucá, pelo jornal Folha de São Paulo, os caciques do PMDB e PSDB temem ter sido gravados por ele, como parte de um acordo de delação premiada. A casa de Sérgio Machado foi alvo de buscas em dezembro do ano passado, e ele é investigado por corrupção na Transpetro, braço da Petrobrás.
Sérgio Machado é “afilhado” político do senador Renan Calheiros. Machado chegou a agendar uma reunião com Jucá, Renan e o ex-presidente José Sarney, que também poderia ter sido gravada caso tivesse sido aceita pelos participantes.Alguns senadores do PMDB agora temem que o teor das conversas com Sérgio Machado sejam divulgados.
A Folha de S.Paulo mostrou em novembro, que em depoimento à Polícia Federal, Machado já admitiu que teve encontros com Fernando Soares, o Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras.Fernando Baiano e Paulo Roberto Costa, dois delatores, afirmaram em seus acordos de colaboração premiada que o senador era beneficiário dos desvios da subsidiária. Costa, ex-diretor de Abastecimento, disse ainda que Machado lhe entregou ainda R$ 500 mil em espécie. Investigadores encontraram anotações de Costa com FB e Navios, que segundo a PF são referências a Fernando Baiano e Transpetro.
Questionado pela PF sobre reuniões com Fernando Baiano, Sérgio Machado reconheceu que conhece o lobista e que estiveram juntos na Transpetro “em algumas oportunidades, com o propósito de tratar de empresas que ele [Baiano] representava.”O presidente do Senado tem negado que tenha relação com o esquema de corrupção na estatal e sempre disse que suas relações com dirigentes de empresas públicas “nunca ultrapassaram os limites institucionais”.
MUDANÇA
No áudio revelado pela Folha de S.Paulo, o ministro do Planejamento, senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR), sugeriu ao ex-presidente da Transpetro que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos.Machado passou a procurar líderes do PMDB porque temia que as apurações contra ele fossem enviadas de Brasília, onde tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), para a vara do juiz Sergio Moro, em Curitiba (PR). Em um dos trechos, Machado disse a Jucá: “O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. […] Ele acha que eu sou o caixa de vocês”.O advogado do ministro do Planejamento, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente “jamais pensaria em fazer qualquer interferência” na Lava Jato.
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