Diretor da Abin se diz desprestigiado pelo novo governo e pede demissão

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Foto: Divulgação

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A decisão do presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) de recriar o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) sem antes discutir a ideia com o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) gerou turbulência no setor e um pedido de demissão do diretor-geral da agência, Wilson Roberto Trezza.O GSI havia sido extinto por Dilma em medida provisória de outubro passado, e desde então a Abin passou a se submeter a uma pasta comandada por um civil, a Secretaria de Governo.

O pedido de demissão foi feito pessoalmente por Trezza, que está há oito anos no comando da Abin, nesta segunda-feira (16) em reunião com o novo ministro do GSI, o general do Exército Sérgio Etchegoyen.A saída definitiva, porém, poderá não ocorrer imediatamente, mas sim após as Olimpíadas, de forma a evitar problemas na condução da segurança do evento, da qual a Abin participa.
 
Além disso, o processo de substituição não é tão rápido, pois o indicado deve passar por sabatina no Senado.Trezza e Temer haviam se reunido em sigilo há cerca de duas semanas no Palácio do Jaburu, quando o diretor-geral da Abin, segundo a Folha apurou, disse ao então vice que uma grande reivindicação da Abin era se subordinar diretamente ao presidente da República, sem "intermediários".Trezza afirmou a Temer que um contato direto com o presidente permitiria cumprir melhor as funções da Abin, que incluem "assessorar" o presidente.
 
NOTA
 
A dificuldade de acesso aos presidentes é reclamação recorrente da Abin. Durante os governos de Dilma Rousseff, por exemplo, a presidente nunca recebeu Trezza para conversa privada –eles se encontraram apenas em reuniões ampliadas, com a participação de ministros– e também nunca esteve na sede da Abin, em Brasília.Ao final do encontro com Temer, conforme versão apurada com duas fontes que pediram para não ser identificadas, o então vice-presidente disse que pensaria na proposta e voltaria a entrar em contato com Trezza.
 
Integrantes da Abin, porém, só souberam pelo "Diário Oficial da União" de sexta (13) que não só a Abin continuaria longe do presidente, mas também que voltaria a ser subordinada ao GSI, comandado por um militar.A recriação do GSI também resultou em uma dura nota da Aofi (Associação Nacional dos Oficiais de Inteligência), formada por servidores da Abin. Intitulada "Informação ao ministro", a nota foi emitida para negar que a Abin tenha "rompido" relações com agências congêneres internacionais, informação atribuída pela imprensa a Etchegoyen.A nota diz que o ministro "aparentemente também desconhece que as gestões do GSI nunca foram boas para a inteligência" e que a última delas, encerrada em 2015, "foi particularmente desastrosa para a atividade de inteligência de Estado".Até 2015 presidente da CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência) do Congresso Nacional, a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) considerou "um equívoco" o retorno do GSI.
 
OUTRO LADO
 
A assessoria do presidente interino, Michel Temer, informou que ele "não deve satisfações à Abin" na hora de decidir sobre os rumos do setor de inteligência no governo. "A lógica de ele ter que explicar o que está fazendo está invertida. Ele é o presidente, escolhe como vai ser a sua gestão."A assessoria afirmou que Temer foi procurado recentemente pelo diretor-geral da Abin, Wilson Trezza, para receber explicações do órgão sobre as alegações de suposta espionagem que o vice teria sofrido em 2015. Ela confirmou que o ministro do GSI Sérgio Etchegoyen "está informado" sobre o pedido de demissão do diretor-geral da Abin.Procurado, Trezza disse que não iria se manifestar sobre o assunto.
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