As alegações do ‘pessoal’ de Jirau são temerárias, falando até em operação da Usina em condições de risco de desastre iminente.
Foto: Divulgação
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Uma chuva torrencial desaba logo pela manhã em Rondônia. Mais um dia de ‘inverno amazônico’. Numa hidrelétrica, um técnico examina a régua de medição da represa. Está bem próxima da capacidade máxima de armazenamento. Faltam menos de 10 centímetros para a marca de se operar com segurança.
Com a constatação da cheia a montante da Hidrelétrica, técnicos e diretores resolvem promover um esvaziamento imediato do lago. Comunicados são emitidos para a comunidade que reside abaixo (jusante) da Usina para se preparem para a súbita elevação do Rio que acontecerá com a abertura das comportas.
Barcos atracados devem ser trocados de lugar, criadores de gado tem que ficar alerta com o rebanho. Moradores de área de risco devem se prevenir. Em serviço de utilidade pública utilizam-se de rádios, Tvs e Jornais.
Desta forma, os responsáveis pela Usina de Samuel ( Eletronorte) no rio Jamari procedem há cerca de 20 anos. Avisam que vão abrir as comportas de uma represa bem menor que as do ‘Madeirão’.
Fiz este relato para chamar a atenção de como as Usinas do Rio Madeira, as gigantes Jirau e Santo Antônio lidam com os ribeirinhos. Tratam o povo desta terra com desdém, desprezo. Mantém meia dúzia de políticos no ‘bolso’ e acreditam que tudo podem. Que a impunidade reina.
Pois bem. A Usina de Santo Antônio estava operando acima da cota permitida com cerca de 71 metros, chegando a incríveis 75 metros. Fato comprovado por medições a montante da UHE. ( Leia aqui)
Conforme documento enviado no inicio de Fevereiro/ 2014 para Brasília pela ESBR – Energia Sustentável do Brasil, descrevia-se a necessidade de esvaziamento imediato do lago da UHE Santo Antônio.
As alegações do ‘pessoal’ de Jirau são temerárias, falando até em operação da Usina em condições de risco de desastre iminente.
Pois bem, se o procedimento de se ‘arreganhar’ as comportas está em andamento, quais os procedimentos que seriam necessários para se manter a comunidade alerta? Porque não avisaram a população?
Na época ( cerca de 2 anos) que começou a discussão sobre a elevação da cota de Santo Antônio, Jirau veio a público afirmar que a elevação do lago de 70,50m para a cota de 71,30m, causaria um impacto socioambiental bastante significativo, com riscos de alagar, no período de chuvas, parte do distrito de Jaci Paraná, da rodovia BR-364 e da histórica Ferrovia Madeira-Mamoré, que tem ponte atravessando o rio nesta região. ( Leia aqui)
Pois bem, tudo isto está acontecendo. Ainda mais com os irresponsáveis 75 metros de represa. E não é só a população que está sofrendo. Animais silvestres estão morrendo aos borbotões. Um crime ambiental do tamanho da cara de pau dos 'construtores e seus assessores'.
Acredito que é necessária uma coletiva de imprensa ou audiência pública para que os donos das barragens digam o que está realmente acontecendo. Este silêncio é criminoso. Este silêncio é acusador. Alias, não poderia deixar de registrar o show de amadorismo em gerenciamento de crise por parte dos consórcios construtores. Caso até para ser estudado por comunicólogos.
Vamos lá, fala Santo Antônio. Resmunga Jirau. Somos todos ouvidos.
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