ARTIGO - Poder em frangalhos – Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Metida em um lamaçal de corrupção e imoralidades, com muitos de seus membros acusados de participarem de um esquema de propina, a Assembléia Legislativa de Rondônia não deu, até agora, nenhum sinal de que está procurando recuperar um pouco da credibilidade perdida, depois que explodiu a operação “Termópilas”, desencadeada pela polícia federal.
O presidente em exercício, deputado José Hermínio Coelho (PSD), garante que as coisas vão mudar, a partir de janeiro próximo, quando a casa voltar do recesso. Como primeira providência, promete exorcizar os fantasmas que vêm onerando a folha de pagamento.
Ocorre que, entre o dizer e o fazer, há uma distância abissal. E, quando se trata de Hermínio, convém ficar com a pulga atrás da orelha. Desde que chegou àquela casa, o deputado se tem notabilizado mais por falar (e falar bobagens) do que mesmo por agir.
Por isso, ninguém (à exceção dos que o cercam) acredita que ele seja capaz de levar adiante sua proposta de moralizar o dito “poder do povo”, como diz a propaganda oficial - por sinal, de gosto duvidoso.
O fato é que a ALE está numa situação extremamente desconfortável perante a opinião pública, já um tanto quanto incrédula na disposição de boa parte dos parlamentares em levar a sério a função que ocupam. Função essa, diga-se, nobre, principalmente por se tratar de uma conquista obtida pelo voto.
Será que os senhores deputados não veem que esse tipo de conduta nada acrescenta à democracia? Será que é tão difícil assim aprender com os próprios erros? Será que eles não sabem que a população está com a paciência saturada pela repetição de tantas bandalheiras?
Bom seria que os nossos representantes agissem mais em defesa das legítimas aspirações sociais e menos em função de seus mesquinhos privilégios e de grupos a eles vinculados.
Se os que têm assento na ALE colocassem a mão na consciência e valorizassem mais a coisa pública, colocando em primeiro plano o bem-estar social e os interesses coletivos, certamente a situação seria completamente diferente do que se tem visto nos dias atuais.
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