Uma breve correção: o procurador-geral de Justiça, Heverton Aguiar, afirma que o mensalão era para blindar Valter e não para desestabilizar o Governo.
Coloquemos os pingos nos “is” para que não logrem êxito as teses alardeadas por defensores do dito chefe de quadrilha Valter Araújo.
Dizem os asseclas que o escândalo e a roubalheira encerrada pela Operação Termópilas concentra-se apenas no poder Executivo, sendo o Legislativo figura passiva incluída no processo vexatório graças a ligação direta do principal acusado em esquema de desvio de dinheiro da Saúde.
Afirmam os bajuladores que as buscas e apreensões nas residências e gabinetes de alguns deputados ocorreram pelo simples fato de comporem a Mesa Diretora.
Uma mentira deslavada. Tentam as excelências, através de assessores, livrassem do escárnio popular.
Ocorre que ao descobrir que pelo menos duas das quatro empresas envolvidas em esquemas de favorecimento em licitações dentro da Saúde, Departamento de Trânsito e Secretaria de Justiça, pertencem a Valter Araújo, a Polícia Federal e o Ministério Público concentraram as investigações em torno dele.
Através de escutas telefônicas e, agora se sabe, até câmeras implantadas em veículos, escritórios e gabinetes, descobriu-se o terceiro esquema de corrupção em Rondônia: o pagamento de mensalão a sete deputados estaduais para dar suporte político a Valter Araújo. Cabe breve correção que esta é a única assertiva do procurador-geral de Justiça, Heverton Aguiar, embora, exista certa lógica em afirmar que o bando agia também para desestabilizar o Governo dando suporte para que Valter Araújo corresse atrás de “acertos”. Basta lembrar a crise entre os dois poderes quando Confúcio Moura anunciou a substituição de José Batista e Valter e parte dos deputados foram contrários.
Nesse processo de muitas incertezas e trucagens de informações, resta a dúvida de onde vinha o dinheiro usado para pagar os deputados Ana da 8, Jean Oliveira, Saulo Moreira, EuclidesMaciel, Epifânia Barbosa, Flávio Lemos e Zequinha Araújo. Seriam nossos “mensaleiros” agraciados com parte dos R$ 18 milhões desviados da Saúde ou teria o presidente preso feito outra costura dentro do Legislativo? A segunda hipótese viria justificar os mandados de busca e apreensão na Secretaria Geral e Secretaria de Finanças da Assembléia Legislativa.
É fato que os parlamentares recebiam altas quantias em dinheiro das mãos de Valter Araújo. Vamos, portanto, aguardar para saber de quanto – em valores reais – estamos falando e esperar que os outros 16 deputados que saíram limpos do escândalo dêem o respaldo que a Justiça, o Ministério Público e o povo de Rondônia esperam.