Recente pesquisa realizada pela Associação Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) coloca Porto Velho em segundo lugar no ranking das capitais onde se pratica a tarifa de ônibus mais cara do país, ao lado de cidades como Cuiabá, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo.
Considere-se que o usuário de ônibus de São Paulo, por exemplo, leva, em média, duas horas ou mais de casa para o trabalho, enquanto o morador do mais longínquo bairro de Porto Velho faz o mesmo percurso em quarenta minutos, mesmo com todos os problemas que assolam o trânsito da capital.
Considere-se, ainda, que o passageiro de ônibus de Porto Alegre não fica mofando mais de duas horas numa parada para pegar uma condução, nem anda em carros velhos, imundos e caindo aos pedaços pelo meio do caminho. Logo, é fácil comprovar que o usuário portovelhense paga a tarifa de ônibus mais cara.
Nesse caso, não é justo medalhar a administração do prefeito Roberto Sobrinho (PT) com o segundo lugar, mas, sim, dar-lhe o prêmio de campeã na modalidade. Depois de sermos ferreteados com o desdouro da capital mais violeta, agora, somos brindados com o troféu da cidade onde se paga à passagem mais alta do Brasil.
Ontem (22), fomos destaque no Jornal Nacional da Rede Globo, como a cidade onde o prefeito concedeu reajuste de tarifa acima da inflação. De janeiro a setembro deste ano, a inflação não ultrapassou à casa dos 3,21%, mas o prefeito Sobrinho, por motivo que só Deus conhece, engordou as já polpudas contas bancárias do monopólio com “5,33% de aumento, ou seja, 66% a maior”, conforme reportagem. Não custa lembrar, contudo, que, nesse período, não houve aumento de óleo diesel.
Hoje, pela manhã (23), a porta-voz do monopólio, secretária Fernanda Moreira, como vem sendo chamada, apareceu em um programa de televisão local, tentando, descaradamente, justificar o preço da passagem, em comparação aos valores praticados noutras capitais. Mais uma vez, coitada, não convenceu. Acabou passando atestado.
Em passado não muito distante, o PT deitava o relho nos costados de seus adversários. Que o diga o ex-prefeito Carlinhos Camurça. Hoje, no governo, vem provando do próprio veneno. É o velho ditado do estilingue e da vidraça. Que vergonha para o prefeito Sobrinho, e o seu partido, o PT. É de pensar que, durante a campanha eleitoral, essa gente prometeu moralizar e melhorar o sistema de transporte coletivo? Pois é. Entre o dizer e o fazer há uma distância abissal.