*A comissão de ética que conduz o processo de cassação dos deputados estaduais, acusados de quebra de decoro parlamentar por tentativa de extorsão ao governador Ivo Cassol, conclui amanhã o relatório de quase dois meses de trabalho com uma certeza: vai mesmo propor cassações.
*O presidente da comissão, deputado Romeu Reolon, adianta, entretanto, que mesmo ficando pronto amanhã, o relatório não terá como ir a votação em plenário, vez que o trabalho só deve ser concluído pela tarde e a sessão das quartas e quintas-feiras acontecem de manhã.
*Reolon acredita que na sessão de terça-feira o relatório já estará em condições de ser votado. Ele confirmou que a comissão vai mesmo propor cassações, mas preferiu não adiantar quantos deputados serão apontados para receberão a punição.
*Na semana passada a comissão de ética encerrou a última fase de instrução processual, com a tomada dos depoimentos. Dois seis deputados flagrados em gravação feita pelo governador Cassol, aparentemente propondo vantagens pessoais em troca de apoio parlamentar no Legislativo, apenas Ronilton Capixaba abriu do direito de se defender junto à comissão de ética.
*Os demais, João da Muleta, Ellen Ruth, Kaká Mendonça, Daniel Nery e Amarildo Almeida, insistiram na tese de que estiveram na residência do governador cobrando a liberação de suas emendas parlamentares, embora em alguns casos, as gravações exibidas contradizem claramente essa versão.
*Ainda permanece a dúvida com relação à condução da sessão de votação do relatório, que será a sessão de julgamento político. O presidente em exercício, Kaká Mendonça, está entre os acusados de quebra de decoro e também pode perder o mandato. Não poderá, portanto, atuar como juiz e réu ao mesmo tempo.
*O segundo vice-presidente, deputado Haroldo Santos, deverá presidir a sessão.