Polícia Militar garantiu a saída dos deputados, sob protesto de policiais civis, após o encerramento da convocação extraordinária
*Muita paciência, horas de espera e incertezas sobre quais seriam as conquistas. A persistência de policiais em lutar por melhorias salariais inicialmente surtiu efeito nas discussões de projetos que definiam gratificações para os quadros das polícias Civil e Militar, mas no início da noite 10 deputados deixaram o plenário e faltou quorum para votá-los na convocação extraordinária, que foi encerrada sob protestos.
*As discussões sobre as emendas assinadas por 16 parlamentares, apresentadas por Raul Lima (PMDB), relator do Projeto de Lei Complementar 001/06, que define as gratificações de atividade policial, de interiorização e de risco de vida do efetivo da Polícia Civil, entravam pela noite, após o dia todo de negociações nos bastidores, quando deputados de situação começaram a sair da reunião da comissão.
*Os trabalhos estavam sendo presididos por Flávio Chaves (PV), que anunciou o encerramento por não haver quorum suficiente para votações. Os policiais civis se revoltaram. A gritaria foi geral. Em tom de desabafo, o papiloscopista Júlio César Tavares Neves chegou a levantar o filho e reclamar da ineficácia de três dias de debates. “Foi um ato de covardia, faltou hombridade aos que se esquivaram de votar”.
*Flávio Chaves revelou que os colegas lhe confidenciaram que saíram porque houve “incitação e humilhação” da oposição contra a base de situação. Os deputados que deixaram o plenário foram: Sérgio Ferreira, Naldo da Loteria (PFL), Lúcia Peixoto (PL), Urzeni Rocha (PTB), Chico das Verduras (PRP), Tião Portela (PL), Célio Wanderley (PTB), Vantan Praxedes (Prona), Elizeu Alves (PL) e Malu Campos (PAN).
*EXTRAORDINÁRIA – Com o término da reunião da comissão, o presidente da Assembléia, Mecias de Jesus (PL), iniciou a sessão para colocar ao plenário a decisão sobre a votação dos projetos, mas não conseguiu acalmar os ânimos da platéia. “A idéia era propor a votação para amanhã [hoje], mas a situação estava delicada. Não me restou alternativa a não ser encerrar a convocação extraordinária”, lamentou.
*TUMULTO – Muitos policiais deixaram o plenário desolados. Alguns não escondiam as lágrimas pelo sentimento de derrota. Os mais exaltados foram protestar próximo ao portão do estacionamento da Assembléia. A Força Tática isolou a área para proteger os deputados que os manifestantes acusavam de ter impedido a votação. A maioria evitou sair de imediato. Os que insistiram foram vaiados e xingados.