TERRA SEM LEI - Pai cobra solução para assassinato de filho há um ano em Machadinho do Oeste

Viveremos até quando nesta angústia – e como nós existem dezenas de pais na mesma situação – enquanto essas autoridades, assim como os assassinos

TERRA SEM LEI - Pai cobra solução para assassinato de filho há um ano em Machadinho do Oeste

Foto: Divulgação

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Nesta quinta-feira, dia 24, é a data que representa a tristeza mais profunda em minha vida, o pior acontecimento que poderia acontecer na vida de um homem: a morte de um filho.
 
É um dia que, se pudéssemos, excluiríamos do calendário: o dia 24. Já se passaram 12 meses desde que o meu filho Kennedy foi assassinado de forma cruel e covarde.
 
São 365 dias, 365 noites em que nos deparamos com essa ausência arrebatadora. A partir daquele dia, a dor e a saudade passaram a habitar nossos corações e nossas almas, se transformando em companheiras inseparáveis, amargas.
 
Começamos a desencadear uma luta incessante por Justiça. Muitos de quem esperávamos que estivesse junto e nos daria um certo conforto, nos abandonou num hediondo descaso.
 
O que teremos de fazer para que o Estado, como instituição, faça a sua parte?
 
Frente ao absoluto, e total descaso dos órgãos de segurança pública, tenho a forte impressão de que essa promessa de Justiça que fiz sobre o corpo do meu filho, não poderei cumprir, se depender do Estado falido inclusive institucionalmente.
 
Até agora, passados 12 meses, nosso Estado comprova toda a sua vulnerabilidade diante dos criminosos. Impotente em vários setores, mas com ênfase na segurança pública.
 
Quanta inoperância, descaso e insensibilidade com a dor de uma família inteira destroçada por bandidos que prosseguem sua trajetória criminosa, gozando da liberdade imposta pela impunidade fomentada pela incompetência oficial.
 
Pergunto-me: por quê será que não conseguem PUNIR os assassinos? Não só os do meu filho, como os de outros tantos que acontecem todos os dias? É falta de pessoal, dizem alguns. É falta de equipamentos, afirmam outros. É falta de estrutura, tentam justificar outros tantos.
 
Mas para mim é falta de vontade. Falta o estímulo para cumprirem com suas obrigações. Não se trata de favor algum, e sim de obrigação.
 
Sou, como tantos outros pais que estão na mesma situação, um cidadão de bem, pagador das minhas obrigações fiscais, e não recebo a retribuição que o Governo, no mínimo, teria de me dar, apontando os assassinos e os encaminhando para serem julgados no Judiciário.
 
Insensíveis são essas autoridades com a dor e o sofrimento de um pai que vive em sociedade.
 
A ferida aberta no meu coração ,da minha esposa ,da pequenina filha do Kennedy, da sua mulher e de seus irmãos, na noite de 24 de setembro de 2008, jamais cicatrizará.
 
O que posso fazer para aliviar a dor que está presente em todos os instantes da nossa vida?
 
Mas quem se importa?
 
A secretaria de Segurança?
 
O Ministério Público?
 
O Poder Judiciário?
 
Não! Porque certamente os chefes desses órgãos nunca passaram por situação idêntica. Não sabem o que é isso.
 
Atrevo-me a dizer que isso ocorreu com o meu filho e continua ocorrendo com tantos outros jovens como ele porque falta coragem a nossas autoridades em assumir sua impotência diante do poder dos bandidos, tão seguros que estão de permanecerem impunes. Estão, quem sabe, amedrontados e preferem enviar os inquéritos com os dizeres “sem solução” a enfrentá-los.
 
Quem me dera ter coragem de passar por cima dessas autoridades e fazer Justiça por mim mesmo, buscando os responsáveis pela morte de meu filho. Mas como cidadão de bem que sou, provavelmente seria punido, ao contrário do que ocorre do outro lado: o dos bandidos.
 
Já encaminhei milhares de apelos para essas tais autoridades, Mas tudo em vão. Devem apostar no meu cansaço. Enganam-se.
 
Só descansarei quando souber que os responsáveis pela morte do meu filho Kennedy foram indiciados e condenados. É simplesmente repugnante o abandono, a cumplicidade, a omissão, o descaso e o silêncio dos órgãos de Segurança e de Justiça. A sociedade considera inadmissível essa situação.
 
Vou continuar escrevendo e cobrando o meu direito, apesar de já fazer isso há um ano sem que as autoridades tenham se sensibilizado.
 
Pagarmos os impostos e fazermos tudo dentro da lei e da ordem não é o suficiente? Será que é extremamente oneroso ou politicamente incorreto descobrir quem foram efetivamente os mandantes e/ou os executores do nosso filho? Seria esse um pedido grande em demasia?
 
Viveremos até quando nesta angústia – e como nós existem dezenas de pais na mesma situação – enquanto essas autoridades, assim como os assassinos do meu filho dormem todas as noites e participam de solenidades festivas para inaugurar isso e aquilo?
 
Inaceitável!
 
Minha voz irá ecoar por este país afora até que as autoridades da segurança pública ouçam meu clamor. Queremos que a Justiça puna com o rigorismo da legislação, os verdadeiros culpados. É pedir demais?
 
Jamais descansarei enquanto esse assassinato não se esclarecer. Devo isso ao Kennedy. Estarei presente de todas as formas possíveis para lembrar ao Estado que eu estou aqui, esperando por justiça e que as autoridades façam cumprir o seu papel para o qual todos nós, cidadãos de bem, estamos pagando.
 
Meu filho merece muito mais do que isso!
 
Tenho esperança de que, um dia, a Justiça será feita. Então poderei dizer ao meu filho, onde ele estiver: Kennedy a Justiça foi feita...
 
 Adroaldo Wiebbelling - pai do Kennedy
Direito ao esquecimento

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