No último sábado (27) um crime por motivo fútil abalou a comunidade do bairro Socialista, precisamente na rua Alexandre Guimarães, zona Leste de Porto Velho, quando uma adolescente de 15 anos matou outra também de 15 anos, Talita Da Silva, com dois tiros, que atingiram a nuca e o peito, por causa de uma rixa.
Segundo consta no registro do Boletim de Ocorrência nº 47/2009, uma testemunha, em contato com os policiais que averiguaram o caso, um rapaz conhecido pela alcunha de “Julinho”, que é marido da menor infratora, estava no telefone e disse a seguinte frase: “Está pronto, pode vir”. No momento em que a testemunha e a vítima, Talita, estavam na borracharia chegou a outra menor em companhia de uma amiga e sem dizer nenhuma palavra efetuou dois disparos de arma de fogo, alvejando Talita no lado esquerdo do tórax e na nuca. Em seguida todos fugiram.
Os policiais apuraram que o crime ocorreu devido a conflito antigo entre as duas menores, e que Talita vinha sendo ameaçada constantemente pela sua algoz executora e o marido.
Talita ainda chegou a ser atendida no local pelo SAMU e foi encaminhada ao Pronto Socorro e Hospital do João Paulo II, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
No B.O. há o registro de testemunhas que viram “Julinho”, identificado como Francisco Julio F. da Silva, conduzindo a menor infratora e mais outra garota em uma moto de cor vermelha, placa NBE-9242.
VERSÃO DA ACUSADA
A menor, acusada de matar Talita com dois tiros, se apresentou nesta quarta-feira (01) junto com a mãe na Delegacia de Homicídio, onde disse que executou a adolescente por motivo fútil, pois segundo ela, a vítima a tinha agredido junto com uma prima e que registrou uma ocorrência de lesão corporal. Esse boletim foi registrado seis dias antes do crime.
Na versão da acusada, em depoimento ao delegado titular Márcio Mendes, o dito “marido”, Francisco Júlio da Silva, o “Julinho”, não participou da ação – como foi descrito no B.O. nº 47/2009 - e que ela fez tudo sozinha. A arma do crime, um revolver de calibre 38, segundo ela, foi encontrada em um matagal próximo de sua casa já há algum tempo e guardou.
Uma pessoa não identificada fez uma ligação anônima para o CIOP comunicando que tinha uma arma próxima do local onde aconteceu o homicídio. Uma viatura da PM foi até o lugar indicado e encontrou o revolver, que foi recolhido para ser periciado.
A menor disse ainda que Talita passou em frente à sua casa dizendo: “de hoje não passa, eu vou te fazer”. Ameaçada, a adolescente disse que resolveu tomar a frente e atirou em Talita.
Logo após ser colhido o seu depoimento a menor foi encaminhada para a DEAAI - Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais. A polícia vai fazer um levantamento para saber se tem alguém mais envolvido no crime.