O caseiro José da Natividade Viana, 25, apelidado de Pelé, foi preso ontem por agentes da Polinter (Polícia Interestadual) em cumprimento a um mandado de prisão temporária de cinco dias, decretada pelo juiz da 1ª Vara Criminal. Ele estava sendo acusado de dois assassinatos ocorridos nos meses de janeiro do ano de 2004 e este ano em uma chácara no bairro Operário, onde ele trabalhava.
Na época do primeiro crime, que teve como vítima Antônio Nilson da Silva, 19, ele chegou a negar envolvimento, mas seu patrão, Agapito da Silva, declarou na polícia que ele seria o homicida. Pelé chegou a sair do Estado depois do assassinato e foi para o Maranhão, sua terra natal, onde ficou cerca de um ano.
Ele retornou e continuou trabalhando normalmente na chácara como se nada tivesse acontecido. Na noite do dia 26 de janeiro deste ano, uma sexta-feira, o estivador Raimundo Nonato Correia Queiroz, 21, que trabalhava com o patrão de Pelé, desapareceu ao ir para a chácara.
Na segunda-feira seguinte, seu corpo foi localizado dentro de um poço na chácara, em estado de decomposição. Algumas pessoas, entre elas Pelé, foram investigadas. Mas ele negou qualquer envolvimento no crime e disse que não sabia quem poderia ter matado o estivador.
Durante as investigações, o delegado tomou conhecimento do outro crime e direcionou as suspeitas sobre Pelé pela morte de Raimundo. Foram ouvidas algumas pessoas e solicitados exames técnicos e ainda a prisão temporária do suspeito, principalmente com base no assassinato da vítima Antônio Nilson, o qual o próprio patrão o acusou em depoimento. No último dia 16, a juíza Lana Leitão deferiu o pedido do delegado e decretou de imediato o mandado de prisão contra Pelé.
CONFISSÃO – O mandado foi enviado para a Polinter e ontem por volta das 6 horas ele foi surpreendido pelos policiais na chácara onde ocorreram os dois crimes e acabou preso. Pelé foi levado à sede da Polinter e depois para a Delegacia-Geral de Homicídios, onde prestou novo interrogatório acerca dos crimes. Conforme informação da delegada que tomou o interrogatório, o acusado confessou espontaneamente a autoria do assassinato de Antônio Nilson no dia 27 de janeiro de 2004 e alegou que agiu em legítima defesa.
Disse que a vítima estaria furtando patos da chácara e, no dia da morte, voltou à propriedade junto com outro elemento que identificou com o primeiro nome de Vando. Ele e Antônio teriam brigado e o matou com uma faca, dentro da estufa de hortaliças, e depois fugiu para o Maranhão.
Quanto à morte do estivador Raimundo, Pelé negou qualquer envolvimento no crime e afirmou que não sabe quem possa ter matado o rapaz. Afirmou ainda que não teve nenhuma desavença com a vítima e a via pouco.