Terminou sem uma solução prática o encontro espontâneo entre o prefeito de Vilhena, Delegado Flori (Podemos) e servidores da Educação municipal ocorrido na manhã desta terça-feira (23) nas dependências da Câmara de Vereadores deixando no ar uma possibilidade real de haver greve no setor nos próximos dias.
A reunião aconteceu em virtude do dia de paralisação das categorias de professores, coordenadores e supervisores da SEMED, que atingiu cerca de 60% dos domicílios escolares do Município, com participação de quase 500 servidores, de acordo com cálculo do Sindicato dos Servidores Municipais do Cone Sul (SINDSUL).
A paralisação se deve a exigência do cumprimento do piso salarial dessas categorias, estabelecido pelo governo federal, e que prevê reajuste de 14,95% nos salários.
Segundo dirigentes sindicais, desde o início do ano vêm acontecendo conversações a respeito do cumprimento da normativa federal, sem que, no entanto, tenha havido uma perspectiva concreta de que isso ocorra.
Por isso, a entidade optou pela paralisação desta quarta-feira e realizou ações visando chamar a atenção das autoridades quanto a questão, exigindo encaminhamento prático para o realinhamento salarial.
Essas ações compreenderam reunião no estilo “assembleia” com os vereadores, e em seguida um encontro do mesmo gênero com o prefeito Flori.
No primeiro caso, os vereadores afirmaram que estão compromissados com a causa e questionaram os números relativos às finanças municipais que vêm sendo apresentados extraoficialmente ao Parlamento, explicando que foi feita a solicitação de tais dados através de requerimento, instrumento legislativo pertinente a este tipo de demanda.
A resposta deve ser encaminhada na próxima semana, cumprindo o prazo legal, e a partir de então a Câmara irá avaliar que tipo de medida pode ser tomada para atender a exigência dos trabalhadores, ficando acordado que os servidores vão aguardar este prazo para dar o próximo passo, que em caso de manutenção
do impasse pode corresponder a decretação de greve.
Depois disso e fora da programação planejada pelos educadores, acabou ocorrendo um encontro entre eles e o próprio prefeito Flori, com vários integrantes de diversos setores da administração municipal.
Houve muito debate e argumentação, mas ficou evidente que, pelo menos neste momento, não há qualquer possibilidade da prefeitura de Vilhena atender as exigências do funcionalismo em virtude da falta de recursos, queda da arrecadação e impedimentos da Lei de Responsabilidade Fiscal e alerta do Tribunal de Contas acerca das finanças municipais.
Resumindo, só mesmo um socorro extraordinário vindo do governo federal poderia solucionar o problema em curto prazo, o que não deve ocorrer. E isso vai complicar ainda mais a questão, posto que o reajuste é retroativo a janeiro, portanto quando mais tempo passar, maior o montante que em algum momento a prefeitura terá de pagar aos funcionários.
Apesar dessa perspectiva negativa, ficou decidido que os servidores aguardaram o prazo combinado com os vereadores e a partir dos desdobramentos de tal fato decidirão qual será o próximo movimento, para o qual só há duas alternativas: ou eles aceitam esperar sabe-se lá até quando para que o Município cumpra a lei federal ou entram em greve para forçar um acordo melhor.
Por enquanto descarta-se a possibilidade de ajuizar ação na Justiça em virtude da causa posto que isso tiraria dos trabalhadores a possibilidade de se realizar a greve.