EUA: Rondonienses estão entre os brasileiros deportados

Avião pousou em Manaus (AM) na sexta-feira (24), e imigrantes desembarcaram algemados e com os pés acorrentados. 538 passageiros, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump

EUA: Rondonienses estão entre os brasileiros deportados

Foto: Divulgação

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Quatro rondonienses estão entre o primeiro grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O avião pousou em Manaus (AM) na sexta-feira (24). Os imigrantes desembarcaram algemados e com os pés acorrentados, conforme mostram imagens registradas na saída da aeronave. O primeiro avião com deportados dos EUA transportava 158 passageiros, sendo 88 deles brasileiros, segundo o Itamaraty.
 
O voo tinha Belo Horizonte (MG) como destino, com uma conexão prevista em Manaus. No entanto, devido à necessidade de manutenção, o voo para Minas Gerais foi cancelado e os passageiros permaneceram na capital amazonense.
 
No sábado, o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) assumiu o transporte do primeiro grupo deportado da era Trump e decolou de Manaus, porém, algumas pessoas optaram por permanecer em na capital e prosseguirão viagem com destino aos estado de Rondônia e Roraima.
 
O Site entrou em contato com a FAB para entender quando e como o passageiros rondonienses serão transportados, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem.
 
Novas regras de imigração
 
Ao tomar posse para um novo mandato na última segunda-feira (20), o presidente americano Donald Trump anunciou uma série de medidas adicionais para restringir a admissão de imigrantes – brasileiros ou de qualquer outra origem.
 
O texto divulgado pela Casa Branca com as prioridades do mandato cita "medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas". Entre as ações elencadas, estão:
 
- o restabelecimento da política "Permaneça no México";
- a retomada da construção do muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México;
- a punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem americanos;
- o fim do asilo a quem cruza a fronteira ilegalmente;
- uma grande operação de deportação de imigrantes ilegais;
- o envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para a área da fronteira;
- e a classificação de cartéis de drogas como "organizações terroristas estrangeiras", evocando a a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.
 
Trump também declarou "emergência" na fronteira entre EUA e México, o que significa a autorização do envio de militares à região.
 
Ainda no primeiro dia de mandato, Trump revogou cerca de 80 decretos do governo de seu antecessor, Joe Biden, referentes ao tema da imigração. Entre os decretos revogados está o que permitia a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira.
 
O republicano também retirou o direito automático à cidadania concedido àqueles nascidos em território norte-americano. E anunciou a suspensão da concessão de refúgios por ao menos quatro meses, além da revisão do sistema para análise desses pedidos.
 
Brasileiros deportados
 
Entre a noite de quinta (23) e a manhã desta sexta (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.
 
Ela disse, ainda, que "centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares", marcando o início do que ela chamou de "a maior operação de deportação em massa da história".
 
"Promessas feitas. Promessas cumpridas", escreveu Leavitt, destacando que os voos de deportação já começaram. O anúncio reforça a política anti-imigração prometida pela nova gestão de Trump. (saiba mais abaixo)
 
A porta-voz publicou, junto com as declarações, fotos de deportados embarcando em uma avião militar. Não há confirmação, entretanto, se trata do voo com destino ao Aeroporto de Confins.
 
Trata-se do primeiro voo deportados com destino ao Brasil desde a posse do novo presidente, mas há a possibilidade de que alguns deles tenham sido detidos ainda na gestão Biden, que chegou ao fim na última segunda-feira (20).
 
Segundo informações obtidas pela Rede Amazônica, após o pouso, os passageiros estavam reclamando de calor na aeronave. Houve uma discussão entre os passageiros e a tripulação e uma mulher passou mal. Como não tinha uma escada para que descessem da aeronave, a tripulação acionou a rampa inflável para desembarque, mas o equipamento leva um tempo para voltar ao normal e precisou passar por manutenção.
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