Pesquisa realizada pelo Ministério da Economia em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) revelou que o setor produtivo do Brasil está tendo um custo de mais de R$ 123 bilhões ao ano, devido à falta de capacitação técnica da mão de obra no mercado nacional.
Diante desse fato, acaba de ser lançado um manifesto, solicitando maior incentivo, ampliação e apoio da educação profissional no ensino médio, além de sensibilização do empresariado para que profissionais com formação técnica sejam tão valorizados, quanto os que portam diploma acadêmico.
O estado de Rondônia já aderiu ao movimento, segundo Adir Josefa de Oliveira. Com mais de trinta anos de atuação no ensino profissionalizante, é uma das principais entusiastas no estado da valorização desse modelo de aprendizagem com foco no desenvolvimento de competências e habilidades técnicas para suprir a demanda do mercado.
“A meta desse movimento é triplicar a participação da educação profissionalizante entre os estudantes do ensino médio do país, elevando até 2030, a participação do ensino técnico de cerca de 12% para 40% do total de matrículas” informa Adir Josefa com conhecimento de causa.
Ela já assumiu cargos estratégicos no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai -, no qual foi a primeira diretora em Rondônia e atualmente é presidente do Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional – Idep, autarquia responsável pela política da educação profissional no Estado.
Se conseguir esse avanço na educação profissional, o Brasil vai atingir a média dos membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Um dos desafios para isso virar realidade, entretanto, é estudantes e empresários mudarem o conceito diante de quem faz carreira, a partir de uma formação técnica em vez da acadêmica.
Especialistas admitem que muitas vezes os próprios alunos optam por não fazer o ensino técnico porque entendem que se optarem por esse caminho, estarão fadados a empregos ou cargos com uma limitação salarial com desigualdade.
Desta forma, é necessário recorrer ao que se denominou -se “ressignificação” do ensino técnico no Brasil, ou seja, buscar um reposicionamento da importância, relevância e contribuição que o mesmo pode ter para o setor produtivo.
Para buscar esse objetivo, o MCB pretende realizar um trabalho em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) para promover uma transformação cultural. Outra proposta é mapear as necessidades de cada região para ajudar os estados e empresas a identificarem quais cursos atendem a vocação econômica local.