Os donos de postos de combustíveis e distribuidoras anunciaram que em Rondônia, a média do reajuste nas bombas seria de 60 centavos na gasolina e 90 no diesel.
Logo depois da meia-noite, o
Rondoniaovivo foi às ruas e teve uma surpresa: a gasolina subiu, em média, 90 centavos e o diesel aumentando 1 real o litro.
Nos postos visitados pelo
Rondoniaovivo, os preços por litro cobrados foram de R$ 7,29 e R$ 7,39.
“Fora isso, tem outra coisa que nos preocupa: a pauta [ICMS] que está congelada até 30 de março. Começou em novembro, e se não prorrogarem, o preço sobe novamente. Tivemos vários aumentos, tanto da Petrobras quanto das companhias pelos produtos importados”, afirmou Eduardo Valente, secretário-geral do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetro) de Rondônia.
Ainda segundo o representante do sindicato, as distribuidoras agiram para vender gasolina e diesel já com preços alterados.
“Ontem [quinta, 10] as distribuidoras suspenderam todas as vendas. Pedidos que foram feitos ontem mesmo, não estavam carregando. É a mesma coisa de você chegar no posto para abastecer e o dono falar que vai te vender somente depois do aumento”, comentou Valente.
De acordo Eduardo Valente há conversas com a Secretaria Estadual de Finanças (Sefin) para que não haja nenhum tipo de alteração na cobrança do ICMS, que pode impactar ainda mais o preço dos combustíveis em Rondônia.
“Conversei com o secretário Luiz Fernando, que disse que estão conversando com outros estados, para ver se conseguem manter o congelamento da pauta até o final do ano ou até sair alguma coisa do Congresso Nacional”, explicou.
Peso
No interior do estado, o rombo no bolso é ainda maior. O
Rondoniaovivo recebeu relatos de que a gasolina já está mais próxima de R$ 8 o litro.
“Aqui em Rolim já está R$ 7,60 desde ontem”, escreveu um internauta.
O professor do curso de Economia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e coordenador do Programa de Educação Tutorial (PETI), Jonas Cardoso, explica os motivos dessa forte alta nos valores dos combustíveis.
“A taxa de câmbio apresenta baixa de 9,84% no ano, mas o preço do barril de petróleo subiu 64% este ano. Os números indicam que o preço do combustível está defasado em mais de 50% e a Petrobras, por pressão de seus acionistas e de outras importadoras de combustível, tem que repassar este aumento para as distribuidoras”, destacou ele.
O professor também do curso de Economia da UNIR, Otacílio Moreira, também apresenta outros motivos para a subida da gasolina, diesel e gás de cozinha.
“Já é reflexo do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. A Rússia é um importante produtor e exportador de petróleo e seus derivados. Lógico que um embate dessa magnitude iria refletir no preço dos combustíveis. O preço do barril do petróleo estava girando em 90 dólares, mas nos últimos dias foi para 120 dólares”, falou ele.
Ambos concordam que o impacto nos preços ao consumidor será quase imediato.
“Vai subir preço de produtos de limpeza, alimentos e até dos serviços prestados. Dada a expressividade desse aumento, a população vai sentir o alto preço do diesel em vários itens: na carne, feijão, arroz, óleo de soja, por exemplo. O impacto será alto porquê a maioria dos produtos são transportados por estradas”, apontou Otacílio Moreira.
Poucos minutos depois da meia-noite desta sexta (11), preços foram reajustados em Porto Velho - Foto: Felipe Corona/Rondoniaovivo
“Não adianta substituir a gasolina por etanol, pois o preço também tende a subir por aumento na procura. Ou seja: os preços irão impactar diretamente no bolso do consumidor de forma direta, quando for abastecer o carro próprio e de forma indireta, quando for no supermercado”, alertou Jonas Cardoso.