DESCONTROLADO: Prefeito de Ouro Preto tenta impedir fiscalização do Coren em hospital municipal

Entre gritos e muita falta de educação, o prefeito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni (União Brasil), impediu o trabalho de dois fiscais do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) no hospital municipal, na quinta-feira (17).

 

Em um vídeo mandado ao Rondoniaovivo, Testoni aparece de braços cruzados, gritando que “isso aqui não é a casa da mãe Joana”. 

 

Um dos ficais consegue falar apenas: - A gente só quer apenas fiscalizar. 

 

Informações conseguidas pela redação apontam que era uma fiscalização ampla, feita com a presença de representantes dos Conselhos Estadual e Municipal de Saúde e Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Saúde. O motivo seria as péssimas condições de trabalho dos profissionais.

 

Todos foram impedidos pelo próprio prefeito Alex Testoni de continuar verificando as supostas irregularidades.

 

“Fomos obstruídos de entrar no hospital. Estamos aqui na porta, com a polícia, chamou a política, chamou todo mundo aqui pra esconder as coisas que fazem neste hospital. Não estamos de braços cruzados. Pena que não temos prefeito neste município, já que o daqui acha que é dono de todo mundo”, desabafou uma senhora em áudio de WhatsApp, que não disse o nome.

 

 

Coren encontrou diversas irregularidades no Hospital Municipal de Ouro Preto do Oeste

 

Trabalho

 

Somente no começo da noite da sexta-feira (18), o Coren confirmou o fato ocorrido. O motivo da visita seria para verificar as condições da unidade e, principalmente, saber se a decisão judicial que determina a disponibilização de profissionais de enfermagem para prestar assistência do transporte inter-hospitalar de pacientes estava sendo cumprida.

 

Ainda segundo o órgão classista, “Alex Testoni, apareceu e tentou impedir o trabalho da equipe. De acordo com relatos de testemunhas, o prefeito chegou ao hospital ordenando que a equipe de fiscalização saísse e que eles não tinham autorização para proceder com o trabalho, agredindo-os verbalmente. Mesmo com a resistência do prefeito e as violações praticadas por ele, a fiscalização foi realizada e foram constatadas graves irregularidades”.

 

O Conselho ainda divulgou que no momento das verificações foram encontrados medicamentos e insumos vencidos no centro cirúrgico, sala de parto, pronto socorro e clínica médica, inclusive, no setor Covid, assim como fluxo de pessoas na ala. A equipe encontrou mais de 400 fichas de pacientes sem notificação no sistema. 

 

Vários insumos e medicamentos estavam vencidos

 

“Existe uma subnotificação e, as pessoas que estão positivando para a doença não estão sendo lançadas de modo imediato, pois o trabalho está acumulado há vários dias por falta de profissionais para realizar esta atividade”, apontou comunicado no site do Coren.

 

A equipe ainda apontou que o processo de desinfecção dos materiais da ala da Covid também está totalmente inadequado e a equipe reduzida, sendo necessário fazer diversos remanejamentos trazendo profissionais de outros setores para dar suporte. 

 

Inclusive, no momento da visita uma profissional de enfermagem teve que sair da sua área de origem para ajudar no atendimento ambulatorial e pacientes positivados. Todas as ilegalidades identificadas violam a segurança dos pacientes, que buscam o serviço público de saúde com intuito de restabelecer sua saúde.