Imprensa ignora calotes do Itaú no poder público e setor privado

A chamada ‘grande imprensa’ vem sistematicamente ignorando os sucessivos calotes que o Banco Itaú vem aplicando no Brasil

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Foto: Divulgação

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A chamada ‘grande imprensa’ vem sistematicamente ignorando os sucessivos calotes que o Banco Itaú vem aplicando no Brasil, seja no poder público ou no setor privado. O banco é tratado com condescendência absurda, e exemplos não faltam.
 
Por conta dos artigos que PAINEL POLÍTICO vem produzindo sobre a interferência do Conselho Nacional de Justiça no processo que transitou em julgado na Justiça do Pará e o banco perdeu mas não quer pagar, demos início a uma vasta pesquisa sobre a instituição e é assombrosa a forma como eles manobram para dar os calotes. Um dos mais escandalosos foi o “perdão” de uma dívida de R$ 26,6 bilhões que o banco tinha com a Receita Federal pelo Carf, em 2017.
 
Por conta dessa generosidade estatal, o Itaú Unibanco teve lucro de líquido recorrente de R$ 6,175 bilhões no 1º trimestre daquele ano. No ano seguinte, o lucro líquido atingiu incríveis R$ 25,7 bilhões.
 
 
Em 2013, ainda no governo de Dilma Rousseff, através de auto de infração elaborado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), foi indicado que o Itaú devia pagar cerca de R$ 18 bilhões, acrescidos de juros e multa por irregularidades na fusão com o Unibanco, que causou danos ao povo brasileiro.
 
Para se ter uma idéia, o valor do lucro do Itaú em 2019 representou o equivalente a cerca de 95% de todo o orçamento federal da Educação nesse mesmo ano, que foi da ordem de R$ 26 bilhões; é inferior em apenas R$ 1 bilhão ao total de todo o orçamento do Estado do Ceará, atualmente o décimo primeiro estado mais rico do país e o terceiro mais rico do Nordeste, com mais de 9 milhões de habitantes; é maior que o PIB de mais de 5.500 cidades brasileiras (mais de 99%, ou seja, ou seja quase todas). Apenas cerca de 30 tiveram PIB superior ao lucro do Itaú em 2017; equivale à renda média mensal de cerca de 12 milhões de brasileiros que ganharam em média pouco mais de R$ 2 mil, em 2018) e, portanto, equivale à renda anual de mais de 1milhão de brasileiros.
 
Em 2019 o banco também foi multado pelo governo paulista em R$ 3,8 bilhões por fraude descoberta após a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de sonegação tributária, realizada na Câmara Municipal. Segundo a Folha de S.Paulo, “o banco foi investigado por simulação de endereço em outro município, com objetivo de deixar de pagar impostos na capital paulista, desembolsando valor menor. Ainda cabe recurso administrativo e na Justiça”. 
 
 
 
Por conta dessa multa, o candidato à prefeito Guilherme Boulos (PSOL) quer usar o recurso para pagar o Renda Solidária. Para efeito de comparação, o valor da multa é superior ao orçamento da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo para 2019, destacou o jornal à época. O orçamento total da cidade é de R$ 60 bilhões, lembrou ainda.
 
Em maio, a Folha revelou que o Itaú fechou acordo com a CPI, presidida pelo vereador Ricardo Nunes (MDB), se comprometendo a trazer operações de leasing e de cartões e a empresa Rede para São Paulo. Assim, a cidade passaria a arrecadar cerca de R$ 230 milhões em impostos.
 
O difícil vai ser Guilherme Boulos conseguir fazer o banco pagar.
 
Imprensa emudece
 
Em outubro deste ano, o Banco Itaú deu um golpe no Conselho Nacional de Justiça. Denunciou a juíza Rosana Lúcia de Canelas Bastos, do Tribunal de Justiça do Pará, acusando a magistrada de estar “levantando os valores bloqueados através do SISBAJUD”, em um processo que transitou em julgado naquela Corte ainda em 2014. Em 18 de setembro deste ano a juíza determinou o bloqueio de R$ 2 bilhões nas contas do banco, mas como o sistema estava fora do ar entre os dias 17 a 25 de setembro, os valores que seriam para pagar um acionista não foram bloqueados. 
 
 
 
Os advogados do Itaú foram comunicados do insucesso do bloqueio e mesmo assim alegaram ao CNJ que a magistrada havia sido “parcial” e que “estava levantando os valores” que sequer foram encontrados. PAINEL POLÍTICO passou a acompanhar de perto o calote que vem sendo aplicado com a  anuência do CNJ que está sendo induzida a erro. A imprensa vem ignorando o caso, tratando a juíza como se ela tivesse agido erroneamente.
 
O episódio é de extrema gravidade e pode criar um efeito sistêmico no judiciário brasileiro conforme alertou o conselheiro Mário Guerreiro em voto discordante do entendimento do ministro Luiz Fux, relator da reclamação contra a magistrada no Conselho. O CNJ está na iminência  de se transformar em uma “instância recursal” por conta desse calote do Itaú que ainda está sendo julgado.
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