Levantamento feito pela Universidade de Oxford e a seguradora Zurich em 16 países mostra que 54% no Brasil não têm proteção de renda
Foto: Divulgação
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Apesar da aprovação da reforma da Previdência que mudou as regras de aposentadoria e exige mais tempo para acesso ao benefício do governo, ainda é baixo o número de brasileiros que fazem planos para se aposentar sem depender apenas da seguridade social pública. Segundo um levantamento feito pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, em parceria com a seguradora Zurich, mais da metade (53,9%) não tem nenhum tipo de proteção de renda: seja previdência privada ou seguro de vida.
A maior preocupação dos brasileiros, segundo o levantamento, é conseguir pagar as contas do mês, enquanto o temor financeiro de trabalhadores de outros 14 países (Austrália, Finlândia, Alemanha, Hong Kong, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, México, Espanha, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos) é o planejamento da aposentadoria que vem em primeiro lugar, depois as contas do mês. Dos pesquisados, apenas os romenos apresentam preocupação semelhante aos brasileiros: que pagar as contas é mais importante que pensar na aposentadoria.
Os dados estão no estudo global “People Protection: insigths sobre como capacitar uma força de trabalho ágil”, realizado com 18 000 pessoas (1.145 do Brasil) de 20 a 70 anos em julho do ano passado em 16 países, e divulgado com exclusividade a VEJA.
O estudo mapeou o total de brasileiros que tem um plano de previdência privada. Dos 1.145 trabalhadores entrevistados, 20% contratou um plano para complementar renda no futuro. Comparado com outros países como Alemanha, Irlanda e Romênia, por exemplo, os brasileiros ficam atrás. Na Alemanha e na Irlanda, 43% têm um plano de previdência privada e na Romênia, 41%.
De acordo com o levantamento, os brasileiros participantes têm uma renda mensal média de 5.561,90 reais. E, quando se faz uma análise da aquisição de produtos, o seguro de vida, por exemplo, é um instrumento de proteção de apenas 8% dos entrevistados. Em outros países como Hong-Kong chega a 35%, na Malásia 31%, e nos EUA 30%. Em relação ao seguro de proteção financeira, só 4% dos brasileiros entrevistados dizem ter. Este número é bem abaixo quando comparado ao México, onde 40% têm as coberturas para proteger a renda.
O estudo aponta ainda que as mulheres estão menos protegidas do que os homens. Das brasileiras que responderam à pesquisa, 59% não têm nenhum tipo de seguro. Entre os homens, o índice é menor e só 50% os têm. De acordo com o levantamento, o índice de aquisição de produtos de proteção entre os brasileiros fica abaixo da média global que é de 40% entre as mulheres e 33% entre os homens. “No contexto geral, existe uma grande lacuna de proteção tanto para homens quanto para mulheres, quando se fala em seguros. O estudo indica que, globalmente, 2 em cada 5 mulheres, e 1 em cada 3 homens, não estão segurados”, diz Fabiano Lima, diretor de Vida, Previdência e Capitalização da Zurich.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!