Complexo da EFMM com muita lama e sujeira após a cheia e manutenção vai demorar - FOTOS

Muita lama, pequenas dunas de sedimentos, areia, e sujeira estão espalhadas por fora dos galpões, calçadas e o deque, transformando toda a área em um local insalubre e feio. A marca da cheia pode ser vista na velha locomotiva Cel. Church 12, vagões e na

Complexo da EFMM com muita lama e sujeira após a cheia e manutenção vai demorar - FOTOS

Foto: Divulgação

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Há duas semanas o rio Madeira começou a baixar a cota do seu nível quando em seu ápice da cheia histórica atingiu a impressionante marca de 19,74m na capital no dia 30 de março. A consequência catastrófica é visível não só nos bairros centrais e da área portuária, ribeirinha, atingidos como no Complexo Turístico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, tombado pelo patrimônio e cujo valor arqueológico, social e histórico é incalculável. Muita lama, pequenas dunas de sedimentos, areia, e sujeira estão espalhadas por fora dos galpões, calçadas e o deque, transformando toda a área em um local insalubre e feio.

A marca da cheia pode ser vista na velha locomotiva Cel. Church 12, vagões e nas paredes tanto fora quanto no interior dos galpões.

O museólogo rondoniense Antônio Ocampo Fernandes desde o início da enchente vem acompanhando diariamente, com um alto grau de meticulosidade, o drama que o complexo vem passando, quando as águas do Madeira tomaram por completo toda a área em torno dos galpões e onde estavam uma quantidade significativa de peças históricas e que compõem o acervo tombado da EFMM, integram inclusive o museu.

O nível do rio subiu tanto que surpreendeu o poder público municipal, responsável pela segurança e preservação de todo o acervo.

A Fundação Cultural e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sócioeconômico e Turismo (Semdestur) foram pegas de surpresa e as preucações e providências cabíveis para a retirada de uma parte do acervo que ainda estava nos galpões não foram tomadas, o resultado foi desastroso para mesas, maquinário (tornos), cadeiras, estantes e camas datadas dos primórdios da construção da EFMM ficaram parcialmente submersos. Peças pesadas como a locomotiva Cel. Church 12, ficaram inviáveis de serem retiradas do local.

Vale registrar que antes das águas atingirem os galpões uma grande parte foi transferida e guardada no Prédio do Relógio, de forma provisória, porém com acompanhamento das secretarias municipais responsáveis.

Para o museólogo a falta de ação das secretarias municipais no início da cheia acabou por causar sérios danos as peças que não foram retiradas do local naquela ocasião, foi necessário ele conseguir ajuda do exército brasileiro, através do 5º BEC, com acompanhamento da Semdestur e Fundação Cultural, para a retirada da antiga mobília e objetos que estão catalogados no acervo do patrimônio.

Hoje ele denuncia a órgãos como Ministério Público Estadual e Federal o descaso do município com o que ainda restou do acervo – peças menores e que poderiam ter sido resgatadas - e que foi tomado pelas águas e estão enterrados na lama e areia, inclusive dentro dos galpões.

“Já foi denunciado junto aos órgãos competentes a situação lastimável do complexo, que está na lama e não se tem ainda previsão para a retirada dos sedimentos e areia deixada pela cheia do rio por parte da prefeitura. É triste ver que parte da história de Rondônia está se perdendo”, disse Ocampo.

Em recente entrevista a atual secretária da Fundação Cultural, Jória Lima, disse que será feito uma força tarefa com a Secretaria Municipal de Obras, Secretaria Municipal de Serviços Básicos e Corpo de Bombeiros para que sejam realizados serviços de limpeza, retirada de entulho e sedimentos que tomam conta da área atingida no Complexo da EFMM, porém ela não estipulou data, esperando aguardar que o rio baixe ainda mais.

Já a superintendente substituta do Iphan-RO, Mônica Oliveira, disse que o órgão pretende dar suporte para a Prefeitura trazendo especialistas de Brasília para avaliar os danos causados na área. O pedido já foi  protocolado e ela acredita que na segunda quinzena de maio essa equipe técnica já estará em Porto Velho para iniciar os trabalhos.

O museólogo, no entanto, disse que todas as providências são a longo prazo ou desnecessárias. No caso do Iphan ele disse não ser necessário esperar uma equipe de técnicos vir de fora para avaliar a situação, pois Rondônia conta com profissionais aptos e integrados a realidade local para efetivar um trabalho apurado e competente.

Ele disse também que é necessário hoje haver empenho da prefeitura em formalizar mutirões para que seja feita a limpeza imediata do Complexo da EFMM, retirando toda a sujeira, pois o tempo em que as peças estão expostas os riscos de perdas são maiores.

“O interior dos galpões está uma calamidade, triste e revoltante para mim,  digo isso não só como museólogo, mas também cidadão rondoniense, ver todo aquele patrimônio enterrado e soterrado na areia e na lama. Gente, pelo amor de Deus, é hora de agir, trabalhar”, clamou o museólogo.

Considerado principal ponto turístico de Porto Velho, o Complexo da EFMM contabiliza danos e prejuízos que ainda não foram mensurados pela prefeitura, com o ressurgimento do deque, tomado por sedimentos e com a sua estrutura de madeira prejudicada, será necessário também um trabalho de restauração nos galpões. As consequências da cheia histórica, pelo menos no que diz respeito ao patrimônio histórico, do que Ocampo chamou de a “gênese” do Estado, perdurará ainda por muito tempo.

O cercado de retenção a comunidade que foi instalada pela Prefeitura em fevereiro para evitar entrar em contato com a água da cheia hoje está parcialmente destruída e em alguns trechos os arames foram arrancados. No gramado ficou o charco pantanoso das águas e que dificultam ainda o acesso direto aos galpões, a estação e o deque (ainda tomado parcialmente pelo rio).

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