Os profissionais da rede municipal de ensino do município de Mirante da Serra que estão em greve desde o dia 02 de Fevereiro passado, fizeram uma manifestação pacifica na tarde do último sábado (31). Na ocasião estava sendo realizada uma cerimônia de entrega de maquinas, com a presença do senador Valdir Raupp (PMDB), deputada federal Marinha Raupp, deputados estaduais entre outras autoridades, amordaçados com fita adesiva e esparadrapo, fizeram um manifesto silencioso e pacifico como forma de chamar a atenção dos presentes, para a problemática da Educação no município, quando o prefeito Vitorino Cherque (PMDB) se recusa a sentar-se à mesa de negociação alegando que não vai atender nenhuma reivindicação dos profissionais do setor enquanto não voltarem a lecionar.
De acordo com os professores os motivos que os levou a tal manifesto somam o desinteresse do poder executivo em atender a categoria que está em greve em aprovar o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), que desde 2004 está engavetado.
Na ultima sexta feira (30) o secretario municipal de educação Ermes Nunes de Oliveira juntamente com o advogado da prefeitura Dilcenir Camilo tiveram o despautério de procurar a categoria para apresentar a primeira contraproposta onde pretendia enrolar a categoria com o pagamento de licenças prêmios, proposta não aceita pelos profissionais onde entendem que tal pagamento é direito adquirido por lei. Segundo denúncia em Mirante da Serra há servidores com três licenças vencidas tendo o seu direito constitucional de gozá-las negado por ordem do prefeito Vitorino Cherque.
Os profissionais querem o cumprimento do piso magistério que desde 2008 é Lei com garantia da permanência das gratificações que fazem jus mais a unificação do plano, atendendo assim todos os servidores do quadro da educação. Por seu turno o secretario Ermes Nunes alega que tem dinheiro do FUNDEB para atendê-los, mas que se assim fizer ultrapassará o limite municipal de pagamento de folha.
O que revolta os profissionais de educação, pois o prefeito se nega a enxugar a folha, tendo mais de 150 cargos comissionados e querendo aumentar mais 40, sem falar que 15
professores de substituição podem ser contratados sem concurso público, outra agravante é o gasto absurdo com diárias do prefeito e seus secretários.
Outra situação insuportável relatada pelos professores são as mentiras proclamadas pelo prefeito Vitorino Cherque e seu vice Jandir Louzada (PMDB), que alegam pagar o terceiro melhor salário do Estado, usando de ma fé, quando pegam contra cheques, ‘escolhidos a dedo’, de servidores de nível superior de quarenta horas, contando com as vantagens adquiridas ao longo dos anos de magistério com o salário base. Alguns servidores colocaram os contra cheques à disposição da imprensa e da comunidade comprovando que a maioria dos servidores da educação são profissionais de nível magistério com 20 (vinte cinco horas) semanais e que o salário base esta bem abaixo do que prevê a Lei do magistério publico.
A categoria esta sendo apoiados, por vários comerciantes, pais de alunos e munícipes e garantem que não voltam às atividades enquanto o Poder Executivo municipal não oferecer, aprovação do PCCR ou no mínimo o cumprimento do piso magistério aos professores e auxilio de R$ 200,00 (duzentos reais) ao pessoal de apoio e motoristas do quadro da educação, uma vez que os mesmos recebem o salário base com valor inferior do salário mínimo brasileiro o que é vergonhoso e desonesto.
“Toda a categoria esta preocupada com o ano letivo dos alunos, mas o prefeito esta preocupado apenas em ser reeleito para tentar candidatar-se a deputado estadual nas eleições de 2014”, disse uma professora que não quis ter o seu nome divulgado temendo retaliações por parte do prefeito e seus auxiliares diretos.
O senador Valdir Raupp disse que os professores estão no seu direito constitucional que é fazer greve e elogiou a forma ordeira e pacifica para tal ato. O senador afirmou que o melhor caminho para resolver o impasse é o dialogo e orientou as partes a cederem e desta forma chegar a um consenso quando quem vai sair ganhando é a comunidade especialmente os estudantes que estão sem aula e corre o risco de perder o ano letivo.