NOTA DE ESCLARECIMENTO - Morte do Professor da UNIR

NOTA DE ESCLARECIMENTO - Morte do Professor da UNIR

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Foto: Divulgação

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É com muita tristeza, mas sobretudo com indignação, que venho dizer da morte do nosso companheiro de trabalho, considerado num primeiro momento morto por vontade própria. Não parece ser verdade de forma alguma a hipótese de suicídio.

Estive hoje no começo da tarde no Instituto Médico Legal (IML), quando chegara o corpo do professor, encontrado pela Polícia no seu apartamento, denunciado que fora o seu desaparecimento, confirmando-se que está morto há dias.

Vi-me na circunstância trágica de ter de reconhecer o corpo, uma vez que nenhuma outra pessoa ainda houvesse tido acesso à visualização do cadáver, encontrado poucas horas antes.

Pessoas amigas nossas que moravam no mesmo prédio do professor, cuja lotação é no Departamento de Arqueologia, no nosso Núcleo (NCH), já haviam dado conta da sua ausência, relatado inclusive o cheiro de gás no seu apartamento, quando desligaram o sistema do andar, que estava totalmente vazio devido às férias dos seus moradores.

A segurança do Conjunto havia anotado, ainda no domingo, a sua saída. Havia retornado ao apartamento em torno das 14h, de viagem que fizera a São Paulo; perdera-se o contato dele pela madrugada, embora houvesse se comunicado à tarde com a sua mãe, dizendo estar bem, de volta a Porto Velho.

Acredita-se portanto que a sua morte tenha sido na noite de domingo para segunda-feira, dado porém estivesse muito avançado o seu estado. No IML, verifiquei ainda que o seu corpo apresentava as marcas da violência que fizera presumir primeiramente o suicídio: um cinturão verde, tipo o do Exército, apertava a sua garganta, havendo ainda uma espécie de pano no cinto, algo muito pouco típico, contudo, de quem planejasse suicídio. É portanto absolutamente inverossímil a ideia de suicídio por isto e mais.

A falta de materiais de valor no apartamento, celular, lap-top, dinheiro em espécie, sem o seu carro na garagem, apenas confirmam a suspeita de ser latrocínio, disfarçado obviamente de suicídio.

Para quem conhecia o amigo, e não somos poucos, INEXISTE qualquer motivação para que ele desse cabo da sua vida: cercado de amigos e membro que era de comunidades várias, inclusive lutadores de judô, que como se sabe aprendem a manejar mais tecnicamente com dilemas de fortes emoções, não cremos de modo algum em outra coisa que não assassinato.

Claro que ninguém está totalmente isento de sofrer uma tentação deste naipe. Contudo, não vazara aos seus amigos mágoa nenhuma, atroz ou profunda, que desse azo a um gesto tão forte. Nenhuma mensagem foi efetuada, por texto pessoal ou público, que indiciasse uma atitude desarrazoada. A sua posição e vestes também me pareceram suficientemente caracterizadoras de forcejamento repentino. Imediatamente me recordei de Vladimir Herzog, morto nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, na época da repressão ditatorial: Fora um falso suicídio.

Foi, portanto, a todas as luzes, um homicídio, não se sabe se para roubo (latrocínio) ou por outra motivação.

Assim, ensejamos que a Sociedade rondoniense exija da Polícia do Estado, da Polícia Federal, da perícia, de modo geral, todas as providências que conduzam à elucidação da autoria do CRIME, que foi cometido no início desta semana contra este professor correto, lutador, recentemente incorporado à nossa Universidade, aprovado lidimamente em concurso público.

Fotos da sua participação na greve, encontradiças no seu apartamento, segundo dissera-me o policial encarregado, no IML, que participou do levantamento do cadáver, serviram à polícia para efetuar a sua primeira identificação.

Membros da sua família chegarão a Porto Velho hoje e de madrugada. O seu velório deverá ser efetuado no prédio da UNIR Centro, no Auditório, após a retirada do corpo pelo seu irmão, que chegará daqui a pouco. Por telefone, fui informado há alguns minutos que a funerária, encarregada pelo Professor Delson, presidente da ADUNIR, de recolher e embalsamar o corpo, NÃO poderá efetuar os procedimentos devido a que apenas o familiar ou uma procuração sua são competentes para o caso.

Comunicamos do luto que passa a viver a UNIR a partir do dia de hoje, de três dias de suspensão de todas as nossas atividades, ademais informo da nossa expectativa ativa para que as autoridades procedam, utilizando todos os recursos disponíveis, que confiamos serão empregados, para buscar, localizar e identificar o culpado ou os culpados deste crime horrendo, perpetrado contra membro dos mais íntegros da nossa Comunidade Universitária em Rondônia.

 

 Em Porto Velho, 11 de janeiro de 2012.

 

Dr. Júlio César Barreto Rocha

Diretor do Núcleo de Ciências Humanas

 

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