A deputada estadual Glaucione Rodrigues (PSDC-Cacoal) não gostou nenhum pouco quando soube que seu nome chafurdava no escândalo do oxigênio e prometeu, da tribuna da Assembléia Legislativa, enquadrar os promotores que investigam o caso.
Há um dito popular que diz nada temer quem nada deve. Se a deputada não tem o que esconder, não há por que se abespinhar.
Difícil, no entanto, será conseguir convencer à opinião pública de que não tem nada que ver com o imbróglio, já que a empresa investigada pelo Ministério Público de fornecer ao governo do Estado oxigênio a preço superfaturado pertenceria à sua irmã.
Trata-se, ainda segundo o MP, da mesma firma que teria doado uma quantia significativa para a campanha eleitoral da deputada em 2010.
Por isso, em vez de ficar atirando para todos os lados, sem saber a exata posição do alvo, melhor seria a deputada colaborar com as investigações, autorizando, inclusive, a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Glaucione acredita, contudo, que tudo isso que está acontecendo não passa de uma campanha mordaz para desmoralizar o Poder Legislativo e jogar na vala comum a imagem de pessoas honestas, confundindo-as com reles ordinários.
Então quer dizer, deputada, que a empresa de sua irmã não existe, que a senhora jamais recebeu um centavo de doação dela, e que o din din que a sua colega pedia pelo MSN é aquele tipo de refresco congelado que muitas crianças (inclusive alguns adultos) adoram? Tenha santa paciência! Assim é querer subestimar a inteligência das pessoas.
Se os nossos deputados participassem ativamente dos assuntos de relevância, buscando melhorar as condições da sua cidade ou região, propondo boas iniciativas, debatendo as propostas, provocando boas polêmicas, fiscalizando rigorosamente as ações do Poder Executivo, como manda a Constituição Estadual, divergindo ou somando, a situação seria completamente diferente.
Mas isso parece ser conduta rara, quase perdida no imaginário da população, acostumada a conviver com outras posturas no parlamento, que em nada se coadunam com as aspirações da sociedade.
Quando o cidadão decide votar num candidato tem, entre outros motivos, o de que a pessoa eleita poderá representá-la da melhor maneira. Até mesmo àqueles que têm seus votos comprados, trabalham com alguma possibilidade de ver seus eleitos brilhando no parlamento, mas nem sempre é isso o que ocorre. Basta reparar os exemplo. É. ALE virou, mesmo, o poder de “faz-de-conta”.