As famílias de Porto Velho estão mais endividadas neste mês de agosto, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quarta-feira pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio-RO). Atualmente, 74% das famílias estão endividadas, sete pontos porcentuais a mais do que no mês passado, 67%.
O presidente da Fecomércio, Raniery Coelho, alerta que o indicativo está 18,5% acima da média nacional, registrada em 63,5% e analisa que “o alto endividamento se deve, principalmente, ao alto consumo na semana do Dia dos Pais. Contudo, apesar de o número de endividados representar um movimento mais intenso no comércio, os lojistas devem ficar em alerta. Mais endividadas, as famílias, especialmente as de baixa renda que consumiram mais, deverão frear os gastos nos próximos meses”.
Outro índice preocupante é o número de inadimplentes, que apresentou um aumento de 24% em relação ao mês anterior. Para o presidente a alta se atribui ao encarecimento dos produtos, a manutenção da taxa de juros e a relevante queda no índice de empregabilidade nos últimos seis meses. “Rondônia liderava o ranking de empregos em todo o Brasil; a cada mês os índices subiam de três a quatro pontos percentuais na tabela. Hoje, o crescimento não passa de 0,56% em todo o Estado”, analisou.
O número de consumidores que não terão condições de pagar suas dívidas da mesma forma que a Peic apresentou uma alta significativa na variação, 14,3%, o que representa mais de 10 mil famílias porto-velhenses.
Já o tempo médio dos pagamentos em atraso em Porto Velho aumentou pouco, de 56,3 dias, em julho, para 56,7 dias, em agosto. O tempo médio de comprometimento com dívidas também acompanhou a alta; de 6,5 meses para 6,6 meses em agosto.
Carnês continuam predominando como fonte de dívidas
Pelo terceiro mês consecutivo, os carnês e os cartões lideram como as principais fontes de dívidas. Enquanto os carnês, utilizados principalmente pelas classes C e D, representaram 49,9% das dívidas, os cartões, fontes de compra da classe alta, correspondem a 44,2%. Logo atrás, aparece como tipo de dívida mais significativa o crédito pessoal, com 10,8%,seguido do financiamento de carro com 9,8%. O crédito consignado, com 6,2%, surgiu como um dos tipos também citados de fonte de endividamento.