A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor-PEIC de Porto Velho mostrou que o endividamento, em julho, teve uma queda de -13%. Se, em junho, eram 77% das famílias que se encontravam endividadas tivemos que, em julho, este número foi de 67%, porém, é preciso frisar que este indicador ainda está 5,5% acima do nacional que foi divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), em termos de Brasil, também com queda, mas, apenas de 64,1%, em junho, para 63,5%, em julho, de acordo com a Pesquisa (PEIC-Nacional), ou seja, um resultado praticamente estável considerando os últimos três meses. Apesar do aparente bom resultado com uma queda significativa do endividamento o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-FECOMÉRCIO/RO, Raniery Araujo Coelho, alertou para o fato preocupante de que cresceu de 19% das famílias, em junho, para 25%, em julho, ou seja, em 32% o número de famílias com dividas e contas em atraso o que se atribui ao encarecimento e a maior dificuldade de acesso ao crédito. O tempo médio dos pagamento em atraso em Porto Velho caiu de 61,9 dias, em junho, para 56,3, em julho, o que se deve a influência das camadas de mais baixa renda. Já o tempo médio de comprometimento com dívidas, que, em Porto Velho, foi de 6,8 meses em junho caiu para 6,5 meses, em julho.
Síntese dos resultados Maio/Junho/Julho 2011 (Em %)
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Maio
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Junho
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Julho
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Variação %
Junho/Julho
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Total de Endividados
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71
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77
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67
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-13
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Dívidas ou Contas em Atrasos
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31
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19
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25
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32
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Não Terão Condições de Pagar
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10
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6
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7
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17
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Fonte: Pesquisa Direta CNC/Fecomércio/RO
Em julho de 2011 o percentual de famílias que se consideram muito endividadas caiu de 9,8% para 7,2% com as famílias de mais baixa renda continuando a ser as mais endividadas. Os que se consideram mais ou menos endividadas que foram 28,5%, em junho, caíram para 21%, enquanto 38,% se consideram pouco endividados e os que não tem dívidas agora são 33,5% contra os 22,5% de junho. As contas em atraso acima de 90 dias que representaram 43,3% das famílias, em junho, são agora somente 37,1%, enquanto 33,1% possuem contas atrasadas com menos de 30 dias e 29.8% com contas entre 30 e 90 dias. A parcela da renda comprometida com dívidas, porém, teve um aumento dos 26,2%, em junho, para 26,7% em julho. O nível de renda das famílias com comprometimento de 11% a 50% da renda caiu de 45,2% para 43,4% seguido de 31,9% dos que tem menos de 10% da renda comprometida. Acima de 50% da renda comprometida estão 16%, em julho, abaixo, portanto dos 16,7% que estavam nesta situação em junho.
Carnês continuam predominando como fonte de dívidas
Por causa, principalmente dos estratos com renda abaixo de 10 salários mínimos os carnês continuaram com 47,6% das famílias dizendo que são fonte de suas dívidas a ser o tipo predominante de endividamento, embora, seguido de perto pelos 46,7% dos cartões de crédito que, mesmo com uma diminuição percentual das dívidas, foram apontados como responsáveis por um maior endividamento das classes de renda mais elevadas. Logo depois aparece como principal tipo de dívida o financiamento de carro com 12% e o crédito pessoal com 8,7%, seguido do crédito consignado com 6,9%. O crédito mais caro, com o crescimento das taxas de juros e o alto grau de endividamento das famílias estão fazendo com que estas tenham um comportamento mais comedido em relação ao consumo o que reflete diretamente numa contenção das despesas em especial em relação a bens duráveis. O custo maior de rolar as dívidas e as perspectivas menos promissoras parecem estar atuando como um freio para o consumo nos próximos noventa dias que parece irá se manter em volta do patamar atual.