Uma situação complicada vem ocorrendo nos hospitais e policlínicas da capital de Rondônia, o atendimento médico aos detentos. Vários casos de confusão entre cidadãos que aguardam na fila para serem atendidos pelo médico de plantão e agentes penitenciários já foram registrados.
Especialmente na policlínica Ana Adelaide, que realiza o maior número de atendimentos de primeiros socorros em Porto Velho. Uma funcionária da policlínica registrou uma ocorrência policial após discussão entre ela e uma agente penitenciária que, de acordo com a ocorrência, exigia a prioridade de atendimento do detento que aguardava o cuidado médico. Uma chuva de comentários contrários a atitude da agente chegou na redação do RONDONIAOVIVO.COM.
Após toda a cena, as acusações entre a diretoria da policlínica Ana Adelaide e os agentes penitenciários do Urso Branco começaram a ser exposto para a mídia e populares presentes no local.
O diretor do presídio Urso Branco, Vanderlei Pereira, afirmou incisivamente que o principal fator das cenas de guerrilha acontecidas na policlínica havia sido a demora no atendimento aos presos.
“Com certeza essa demora propiciou o tempo necessário para os bandidos se municiarem e realizar essa tentativa de resgate dos apenados que estavam dentro da policlínica”, afirmou Vanderlei Pereira.
Outro ponto tocado por Vanderlei foi que não é a primeira vez que acontece esse tipo de situação, ele disse que por muitas vezes funcionários deixam os detentos esperando na fila, fato que deixa ainda mais exposto os riscos de confronto entre os bandidos.
Por outro lado a diretora da Policlínica Ana Adelaide, Rita de Cássia, disse que os funcionários da policlínica sempre atendem os presidiários com a maior presteza possível, porém os médicos, enfermeiros e auxiliares sempre alegam sentir medo toda vez que os agentes do presídio encaminham os presos até a policlínica.
“Houve falha na segurança, esses presos chegaram na companhia de três agentes, porém nenhum deles ficou na portaria. O pior é que esse tipo de situação é constante, os presos entram sozinhos no banheiros e ficam a vontade, já foi achado celular, droga e dinheiro, não temos seguranças, os profissionais da saúde que trabalha nessa policlínica estão entregues ao medo, enquanto não houver garantia da nossa segurança não voltamos ao trabalho”, disse Rita de Cássia.
A diretora ainda afirmou que no momento em que esses detentos chegaram na casa de saúde, havia uma mulher de bastante idade que precisava de atendimento médico e que ela não iria colocar em risco a vida da cidadã.
A policlínica
Do outro lado da história está a população carcerária de Porto Velho que segundo dados divulgados pela SEJUS (Secretaria de Justiça do Estado de Rondônia) no final de 2009 era de 1.015 (Um mil e Quinze) apenados dentro do presídio Urso Branco. Casa de detenção criada para atender a um total de 360 detentos.
Isso causou transtornos para a comunidade carcerária e para os funcionários do sistema penitenciário do estado. O número de presos aumentou junto com o número de habitantes em Porto Velho.
O grande ponto
Farpas trocadas a parte, o grande ponto é que se policlínicas como a Ana Adelaide não trabalham em total funcionabilidade operacional elas devem sempre priorizar o atendimento de urgência dos detentos que procuram o local?. Ou os agentes devem elaborar um sistema de proteção dos detentos a fim de garantir a segurança dos funcionários, usuários e detentos da policlínica?.
Uma recomendação emitida nesta segunda-feira (12) pela SEJUS, o secretario adjunto, João Bosco, alertou os órgãos de saúde sobre a necessidade que os apenados tem de receber o atendimento prioritário nesses locais.
Porém, um debate amplo com a comunidade deve ser feito para tentar chegar a um ponto onde situações como essa não aconteça, pois no local existem trabalhadores que visam salvar vidas e que podem acabar se tornando vitimas de um sistema cíclico de violência na capital.