Quem Não Chora Não Mama - Por Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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O estrépito moralista, produzido pelo presidente do PDT, logo após pipocar o escândalo da grama, dizendo que a cúpula da grei iria reunir-se para decidir o destino do secretário (acusado de favorecimento), esvaiu-se como fumaça. Se os membros do partido fumaram ou não o cachimbo da paz, até o momento ninguém sabe à que conclusão eles chegaram. De concreto, mesmo, só a nomeação da esposa do presidente do PDT.
Enquanto noutras latitudes do país, auxiliares de autoridades, apanhados em erro (como é o caso do diretor-geral do Senado da República, acusado de sonegar informação à Receita Federal), são afastados de seus cargos, no âmbito municipal acontece exatamente o contrário, com a administração deixando-se levar placidamente pelos acontecimentos.
Daí o descrédito de que desfruta o governo Sobrinho perante a opinião pública. Aliás, grande parte dos problemas que administração Sobrinho enfrenta, nos mais diferentes setores, decorre da ausência do princípio da autoridade. Já diz o ditado popular que, panela em que muitos mexem, ou sai insossa ou sai salgada.
A ninguém é dado ignorar que o favorecimento (dentre outras práticas condenáveis) acontece por essas bandas como acontece em qualquer lugar do Brasil. O que é inexplicável não é propriamente o fato de um órgão comprar grande quantidade de matéria-prima de uma empresa cujo um dos sócios é cunhado do filho do secretário.
No fundo, o que choca e revolta, cada vez mais, é a cara de pau com muitos dos acusados aparecem escarnecendo da sociedade, alimentando o clima geral de impunidade, que campeia Brasil afora. Além da conduta nociva, o cidadão portovelhense ainda tem que conviver com a humilhação de ver essa gente infensa a qualquer punição.
Sem ter como justificar o injustificável, o secretário Jair Ramires, quando sabatinado pelos vereadores de Porto Velho, danou-se a chorar, diante de jornalistas e das câmaras de televisão. À semelhança de políticos e autoridades públicas, quando caem em desgraça, Jair apostou na pieguice do povo, capaz de sensibilizar-se diante de um rosto molhado por lágrimas.
Vê-se, pois, que as lágrimas derramadas por Jair acabaram amolecendo os corações do prefeito Roberto Sobrinho e da cúpula do Partido Democrático Brasileiro (PDT). É isso aí, quem não chora não mama.
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