Do Brasil Grande ao Brasil Grande

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Foto: Divulgação

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As empresas do milagre econômico são as mesmas que hoje puxam a economia brasileira. Mas como elas mudaram - e para melhor
 
QUEM TEM MAIS DE 40 ANOS - E UMA razoável memória - provavelmente se lembra de um período que ficou conhecido como o "milagre econômico", uma fase em que a economia brasileira, dominada por uma euforia nunca vista, cresceu próximo a 10% ao ano. Quem se recorda daquele ciclo áureo do País também deve se lembrar que à frente do crescimento à moda chinesa do Brasil estavam empresas como Petrobras, Vale, Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Alguma semelhança com os dias atuais? Sem voltar tanto no tempo, ao avaliar a atual realidade da economia, pode-se constatar que estas mesmas empresas se mantêm como as grandes estrelas. Isso quer dizer que nada mudou desde a década de 70? Pelo contrário. O País está mais preparado para enfrentar as cíclicas tempestades internacionais e as mesmas empresas que foram as locomotivas daquele crescimento puxam hoje o PIB. "Essas empresas souberam se adaptar às transformações da economia brasileira e, assim, se mantiveram como as grandes estrelas do nosso processo de desenvolvimento", afirma Feliciano Giachetta, da consultoria FGI.
De fato, o tempo passou, o País mudou e essas empresas também se aperfeiçoaram. A própria Petrobras, menina-dos-olhos do presidente Lula e um dos principais pilares da economia brasileira, na década de 70 estava apenas engatinhando na exploração de petróleo marítimo. A companhia tinha cerca de dois mil empregados, hoje tem mais de 300 mil. Em três décadas, passou de uma estatal sem expressão internacional a uma gigante global do setor de energia. "A Petrobras é o maior símbolo de nosso orgulho", resumiu recentemente Lula ao falar sobre o pujante crescimento da companhia, em especial após as descobertas de megajazidas no pré-sal. Foi graças a essas novas reservas que o valor de mercado da Petrobras dobrou em um ano e encostou em US$ 290 bilhões - cifra pouco superior aos US$ 280 bilhões da mineradora Vale, superando a Microsoft, de Bill Gates, por exemplo, que já esteve entre as mais valiosas do planeta. O salto da Petrobras, cujo lucro disparou 96% no terceiro trimestre do ano passado, garantiu à companhia um espaço no clube das dez maiores empresas de energia do mundo.
Fenômeno semelhante aconteceu com a Vale. A companhia, que deixou de ser estatal em 1997, passou de coadjuvante no palco internacional para o posto de segunda maior produtora de minério de ferro do mundo. Mas isso não significa que a Vale atingiu a maioridade da noite para o dia. No início nos anos 70, sem grandes ambições no mercado global e com pouco mais de três mil funcionários, a mineradora iniciou a instalação do Complexo de Carajás, no Pará, e deu o pontapé inicial para se tornar um monstro no setor de mineração, com cerca de 90 mil trabalhadores no País. Hoje a companhia divide com a Petrobras a liderança dos negócios em bolsa no Brasil e disputa em condição de igualdade com as maiores mineradoras do mundo.
No campo da engenharia, a história não é diferente. As mesmas construtoras que ergueram o Brasil décadas atrás são hoje companhias capilarizadas, que atuam em diversos segmentos. A construtora Andrade Gutierrez, por exemplo, mergulhou no setor de telefonia para multiplicar os negócios. Sérgio Andrade, presidente do conselho do grupo, enxergou no início dos anos 90 que a bonança das obras públicas chegaria ao fim. "O governo estava endividado e sem condições de investir em obras", disse Andrade à DINHEIRO numa entrevista recente. Foi então que ele decidiu apostar tudo no nascente mercado de concessões. Primeiro, a companhia entrou em concessões de estradas (CCR) e depois de saneamento (Sanepar). O grande salto, porém, veio com a privatização da telefonia. A empresa adquiriu a Oi e, recentemente, liderou a fusão com a Brasil Telecom. Trajetória semelhante tem a Construtora Norberto Odebrecht. Durante a edificação do "Brasil Grande", a empresa era uma das principais construtoras do País e mantém o título nos dias atuais. Foi responsável por grandes obras, como a primeira usina nuclear brasileira, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Mesmo assim, queria mais. Em 1979, a companhia fez seus primeiros movimentos no Exterior e iniciou investimentos no setor petroquímico. Na década de 90, a Odebrecht assumiu o controle da Braskem, maior petroquímica da América Latina, e anunciou recentemente sua ofensiva de R$ 5 bilhões em produção de etanol. Hoje, o grupo tem mais de 80 mil empregados e se dividiu em seis grandes braços para explorar o potencial de vários segmentos, que vão da engenharia ao mercado de combustíveis e energia. "Estamos sendo recompensados pelas escolhas que fizemos muitos anos atrás", disse Marcelo Odebrecht à DINHEIRO. A Camargo Corrêa, fundada pelo lendário Sebastião Camargo, também deixou de ser apenas uma empreiteira para se transformar numa das principais geradoras de energia do País, com a CPFL e com grandes projetos, como a usina de Jirau, no Rio-Madeira, em Rondônia. Prova de que os símbolos do Brasil Grande estão mais fortes do que nunca.
 
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