Sem a devida apuração dos fatos, um jornal de circulação estadual publicou, em sua edição de domingo, 12 de outubro, uma matéria que tecia críticas à conduta do Hospital Municipal de Vilhena (HMV) em relação ao transporte de um recém-nascido para a capital Porto Velho. A direção do Hospital nega as informações divulgadas, esclarece os fatos e afirma que a criança teve o respaldo necessário para receber o atendimento preciso das mãos de um profissional habilitado ao caso.
A matéria foi veiculada com o subtítulo “Criança com vísceras expostas é transportada junto com paciente com tuberculose”. Abaixo, no corpo da matéria, o jornal afirma, na íntegra: “Um bebê prematuro, que nasceu com os intestinos para fora em Vilhena, foi colocado numa ambulância juntamente com outros doentes, um deles com tuberculose, e transladado para a única Unidade de Terapia Intensiva Neo-Natal existente no Estado de Rondônia, a do Hospital de Base, a 700 quilômetros de distância. O bebê veio numa bacia comum, de plástico, dessas de R$ 1,99. Não havia incubadora, berço apropriado, nem médico na ambulância, só uma técnica em enfermagem que nada podia fazer senão rezar, enquanto o veículo, sem refrigeração, seguia aos trambolhos, sacolejando a cada buraco da rodovia...”.
A direção do HMV se pronunciou através da controladora hospitalar, Maria Celma da Silva Lima, e revelou que o jornal sustenta informações inverídicas sobre tal fato. Ela esclareceu que o recém-nascido, filho de Cristina Silva Pasczk, nascido no dia 06 de junho deste ano, às 20h20, foi encaminhado ao cirurgião-pediatra para procedimento em Porto Velho, já no dia seguinte ao nascimento (07/06), às 00h15. Ele apresentava uma abertura no abdômen na altura do baixo-ventre, proveniente de uma má formação genética (Gastrosquise), como consta no documento de envio. A criança, garante Maria Celma, foi transportada adequadamente no veículo Fiorino de placa NDI-2849, conduzido por um motorista da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) e durante toda viagem foi assistida por um auxiliar de enfermagem e por um familiar.
“Ao contrário do que relata a reportagem, é importante deixar claro que o recém-nascido foi conduzido em bandeja de incubadora de material estéril e própria para o transporte dessa natureza”, disse enfaticamente a controladora do Hospital Municipal de Vilhena.
Outro ponto curioso levantado pela direção do Hospital, é que o fato data do mês de junho deste ano e a reportagem foi veiculada somente, neste mês, de forma totalmente errônea e desencontrada. “Em nenhum momento, fomos procurados pela reportagem para falarmos sobre o assunto e sempre nos colocamos à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos”, finalizou o secretário de Saúde, Vivaldo Carneiro.