ARTIGO - A Incrível e necessária sedução da moeda – Por Aldenor Neves

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Foto: Divulgação

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A gente aprende, nos bancos de Faculdades, que a Moeda é uma mercadoria aceita pela sociedade para sanar compromissos e servir de instrumento de troca.
 
A fascinação pela Moeda não tem sexo e nem idade. Ela dá sinal de sua importância quando a criança começa a sentir desejos e necessidades de adquirir algo que se encontra à venda nos estabelecimentos.
O mundo gira em função da Moeda, independente de qualquer sistema econômico que venha a adotar: capitalista, socialista ou misto.
 
Nos dias atuais, a economia global está em turbulência por conta do mercado volátil (ativos financeiros), ou melhor em decorrência do colapso de Wall Street. O mundo experimenta a existência US$ 170 trilhões de dólares em ativos financeiros, enquanto a economia real, via PIB mundial, está estimado em, apenas, US$ 48 trilhões. Isto tem levado várias autoridades à loucura e ao desespero. Os efeitos desse descompasso são arrasadores. A quem interessa que esta crise seja resolvida e já? Com certeza são autoridades (governos) e iniciativa privada até mesmo aqueles que nada têm a ver com as causas da crise, por exemplo o cidadão comum, aquele que sua muito para pagar seus impostos.
 
Na tentativa de salvar o mercado financeiro de um colapso generalizado, as autoridades monetárias, representadas pelos bancos centrais dos países dominantes (primeiro mundo), estão sendo obrigadas a injetar papel-moeda em valores estimados em US$ 1,5 trilhão de dólares. Somente o governo dos Estados Unidos, contra o gosto da sociedade americana, está submetendo ao Congresso Americano um Pacotão de US$ 850 bilhões de dólares para comprar títulos, que são taxados pelos críticos de papéis podres, tudo para salvar instituições financeiras falidas.
 
 A intervenção do governo americano na economia é uma situação esdrúxulo à natureza do sistema capitalista, indo na contra-mão dos princípios capitalistas. Quem ganha com isto? Com certeza não é John Lwis, de Liverpool, que trabalha como caixa executivo de um banco privado, nem a Dona Mary Brother, da lanchonete My Way, em Nova Iorque, que vende suco de laranja, mas, provavelmente, eles podem perder o emprego ou sofrer redução da renda. De qualquer sorte é o reflexo da Moeda na economia globalizada (Macroeconomia) e no cotidiano das pessoas comuns (Microeconomia).  
 
Numa visão capitalista, onde o foco é o lucro, os negócios se consolidam e se proliferam à medida que a Moeda se torna presente ou que se vislumbra sua existência. Como se diz na linguagem popular, "no money no business". Em bom português: "sem dinheiro não há negócio". Aí entra o jogo de interesse. Se você tem valor monetário ou equivalente ao valor monetário, vale o que você tem. Se não, está fora do jogo. Felizmente ou infelizmente, na prática, é o que funciona.
 
O interesse que a Moeda provoca nas pessoas vem de muito tempo, por exemplo na Era de Cristo, no Império Romano. Basta lembrar a célebre frase em que o próprio Cristo afirma, com alto teor de justiça: “Dai a César o que é de César”. E como não lembrar as 30 (trinta) Moedas sedutoras que compraram Judas Iscariotes para trair Cristo?
 
As pessoas ricas ou pobres, de um modo geral, sonham em ter (mais) moedas para adquirir (mais) bens e serviços, para realizar sonhos, e, em muitos casos, para se esbaldar ou, ainda, pelo simples propósito de querer se destacar dentre as demais criaturas.
 
Tudo pelo Dinheiro! Isto vai além das fronteiras. É por Dinheiro (Moeda) que muitos fazem sacrifícios estupendos. Ausentam-se de suas famílias, renunciam a seus costumes, curtem saudades, e, muitas vezes, amargam privações de toda ordem.
 
O que leva Raimundo Nonato a sair de sua terra natal, Iguatu-CE e vir morar em Cabixi-RO? Ou Fábio Luiz, de Gramado-RS, a decidir enfrentar as adversidades de um país muçulmano, para ser jogador de futebol? Com certeza não é pelo simples fato de amor à terra prometida ou por gostar de sua nova missão. É a sedução pelo Dinheiro.
 
 O que dizer de um ator ou atriz exibir, em público, papel que, muitas vezes, extrapola seu comportamento natural? São forçados a chorar, a rir e a fazer outras peripécias.
 
Qual o motivo de os participantes do Big Brother se sujeitarem a ficar em clausuras por muitos dias e a se exporem publicamente ? É evidente, que é tudo pela bagatela de Um Milhão de Reais.
 
Mostrar a nudez em revistas, novelas ou filmes é imoral? Pode até ser, para alguém de formação religiosa. Mas para quem gosta de Dinheiro é uma profissão qualquer e acaba sendo aceita pela sociedade. Ganham as empresas e ganham os profissionais. Quando envolve Dinheiro limpo, que se dane a falação ou a crítica. Se rola Money é o que importa.
 
É comum ouvir pessoas que são prisioneiras do trabalho, e que ficam a maior parte do ano enclausuradas nos seus recintos, dizerem que não conseguem participar do cotidiano de suas casas, são alheios aos problemas que se passam no seio familiar (esposa, filhos) e, até mesmo, esquecem de pagar suas próprias contas na data certa, de reivindicar seus direitos trabalhistas, etc.
 
Como se explica que o mesmo profissional que trabalha numa repartição pública, trabalhe também numa repartição privada, muitas vezes, oferecendo tratamento diferenciado ao paciente ou ao corpo discente, dentre outros? Parece absurdo, mas, muitas vezes, funciona desta maneira. Sem ser leviano, a explicação está em quem paga melhor. Este profissional é um mercenário ou um fora de ética? Quem quiser que faça seu juízo de valor. Mas, na maioria dos casos, funciona assim mesmo.
 
Concorrer a uma vaga de Vereador, Deputado ou Chefe do Executivo (municipal, estadual, federal) não é uma tarefa fácil. Envolvem custos financeiros e desgastes de toda ordem. Enfim, é uma luta infernal. Todos os esforços têm como objetivo resolver os problemas da sociedade por mais Educação, Saúde, Emprego, Segurança, etc? Claro que não. Passa também pela busca de interesses próprios, visando à obtenção de mais Dinheiro e ter vida melhor para si e para sua família.
 
O padeiro não sacrifica seu melhor sono, nas madrugadas afora, para acender o forno e assar o pão simplesmente para agradar seus fregueses. Em parte, alguns profissionais zelosos podem, até, primar pela qualidade do seu produto. Mas por trás disto, o que o padeiro quer mesmo é assegurar sua freguesia, não perdê-la para seus concorrentes, senão haverá queda na sua receita financeira, menos entrada de Dinheiro, e conseqüentemente, menos lucro.
 
No Brasil, dependendo das regras trabalhistas, as pessoas trabalham em média 40 (quarenta) horas semanais. Isto quando têm somente um contrato (emprego). É sabido que algumas classes têm outros empregos, exigindo que trabalhem mais horas.
 
Mas, pra que tanto sacrifícios? Só pelo amor ao trabalho, ou ser rotulado de funcionário padrão, camisa 10 ou coisa parecida? A lógica de tanto esforço e sofrimento passa, necessariamente, por medo de perder o emprego ou ser penalizado em desconto em folha pelas faltas cometidas, ou seja, medo de perder Dinheiro.
 
No Brasil, já vai longe a época em que o cabelo do bigode ou a palavra de um Homem valia mais que ativos financeiros. Nos dias atuais, o que ocorre é uma inversão de papéis. Se você faz compras a prazo num certo estabelecimento ou faz sua matrícula num estabelecimento de ensino particular, de imediato é solicitado o número do seu CPF e não mais sua tradicional Carteira de Identidade, como documento de garantia. Diga-se de passagem, até mesmo o Governo já pensa incluir na certidão de nascimento da criança o CPF. Vivemos na era do CNPJ e do CPF.
 
 Todos são rastreados pelo que ganham e pelo que gastam. O foco é um só - Dinheiro. Que Cidadania que nada! o importante é ter Money! Se não, você não passa de um excluído da sociedade de consumo. 
 

A pergunta que se faz é: até quando a Moeda vai continuar a ser objeto comum de interesse e sedução? Parece que esta pergunta é inócua, até porque somos um produto da sociedade onde governos, empresários, famílias, enfim todos estão em constantes lutas pela concorrência, sobrevivência, necessidades, desejos,etc. E a Moeda é o principal instrumento desses enfrentamentos e seus efeitos.

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