O professor doutor Jackson Maurício Lopes Costa, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Bahia), criticou a falta de ineficiência das redes de referências na análise de casos da leishmaniose tegumentar. Segundo ele, é preciso mais investimento na realização de pesquisas e na implantação de novos laboratórios de referência em todo o país. Jackson Maurício Costa fez palestra sobre a leishmaniose tegumentar, no auditório da Faculdade São Lucas, para acadêmicos dos cursos da área de saúde da Instituição. “Havendo investimentos para a implantação de novos laboratórios, cabe destacar que Rondônia possui estrutura para ser referência no diagnóstico da leishmaniose tegumentar”, disse o especialista, acrescentando que a unidade de referência poderia ser instalada na cidade de Guajará Mirim, por estar situada na região de fronteira.
Jackson Costa destacou os avanços na área de conhecimento sobre a leishmaniose tegumentar, mas enfatizou que continua sendo a segunda doença com maior incidência provocada por protozoários, perdendo apenas para a malária. “A doença registra casos em todos os estados, em decorrência de adaptação dos ciclos dos protozoários, atingindo mais as áreas urbanas”, frisou. De acordo com o pesquisador da Fiocruz, no Brasil a região de maior incidência da leishmaniose tegumentar é a Amazônia, principalmente pelo crescimento demográfico e projetos hidrográficos que favorecem a transmissão da doença. Em Rondônia, conforme Jackson Costa, existe a presença do parasita e do vetor. O que mais preocupa é o tipo Difusa da doença, por ser crônica e, ainda, incurável. “Entendendo os padrões epidemiológicos haverá mais facilidade no direcionamento de ações de controle do vetor que transmite o parasita no estado”, mencionou. Segundo ele, em toda a América do Sul somente o Chile e o Uruguai não registram casos da doença.