Canuto e os políticos - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Foi-se o tempo em que à pilhagem aplicava-se a pena capital. Tempo de barbárie, onde a punição, por desproporcional e cruel, não fazia o que nos acostumamos a chamar, modernamente, de justiça. Tempo de Canuto, o rei dos Vândalos. Ensina-nos a história que, certa vez, ao mandar castigar uma quadrilha de salteadores, ouviu de um deles de que era seu parente e, portanto, exigia tratamento diferenciado. Canuto não pestanejou: “Se este Malfeitor provar que é meu parente, façam-lhe a força mais alta”, mostrando, assim, toda a sua ojeriza aos que se aproveitam daquilo que não lhes pertence. Hoje, vivemos os tempos da modernidade, em que deputados são acusados de abocanharem parte dos salários de assessores, sem que nada lhes aconteça. Pior, o órgão encarregado de investigar as denúncias e propor punição exemplar a um dos imputados revelou-se inoperante, ao deixar-se impregnar pelo corporativismo malsão, em detrimento da ética e, sobretudo, dos apelos da sociedade, que reclamava uma pena, pelo menos, leve. Em vez disso, decidiu a Corregedoria pelo arquivamento da denúncia. Não menos diferente, contudo, tem sido a conduta de certo dirigente municipal, ao tomar conhecimento de que um parente seu (presidente de uma instituição previdenciária e assistencial) ter-se-ia metido os pés pelas mãos, confundindo o patrimônio público como um repasto à satisfação pessoal e de grupelhos. Em vez de reprimir as patetices do cunhado, a autoridade simplesmente fechou-se em copas, ignorando (porque fingir desconhecer seria uma estultícia) as maroteiras denunciadas pelo presidente do CMP. A população cansou-se de ouvir a cantilena infame dos falsos oráculos, os quais, quando apanhados com a mão na cumbuca do dinheiro público, passam a vestir o manto dos perseguidos e injustiçados, para tentar embair a consciência dos incautos. Precisamos mudar essa mentalidade eleitoreira. O interesse social precisa sobrepor-se aos privilégios dos politiqueiros. E a opção é o voto, seletivo, consciente e renovador, selecionando os que têm capacidade, vocação e espírito público. A essa altura dos acontecimentos, a impressão que a sociedade vai consolidando nada tem em comum com a superação de seus graves problemas. Ademais, torna-se cada vez mais presente na imagem do povo um barco à deriva, condenado a ir não se sabe para onde. Quem pensa conquistar o voto popular em troca da regularização de um simples pedaço de terra (cujos critérios começam a ser questionados), resultará em pura perda de tempo, porque o desejo de renovação está cada vez mais latente no coração social. Os políticos (com relevo para muitos com assento na ALE) e os administradores da coisa pública (especialmente o prefeito brigão) deveriam mirar-se no exemplo do rei Canuto.
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