Os trabalhadores rurais que participaram nos últimos três dias do chamado Grito da Terra desocuparam no final da tarde desta sexta-feira (04) os corredores e pátio da sede do Incra em Porto Velho. >>>
Os trabalhadores rurais que participaram nos últimos três dias do chamado Grito da Terra, encabeçado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (Fetagro) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT-RO), desocuparam no final da tarde desta sexta-feira (04) os corredores e pátio da sede do Incra em Porto Velho. Os ocupantes deixaram também um rastro de sujeira e lama nas dependências do órgão.
O Superintendente do Incra em Rondônia, Olavo Nienow, participou em meio aos manifestantes do encerramento do movimento na Capital. Na ocasião, o presidente da Fetagro, Lázaro Dobri, enfatizou a abertura do dirigente do Incra em ouvir e negociar as reivindicações dos trabalhadores. “O companheiro Olavo já foi da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e sabe como funciona, mas agora ele é governo, e portanto, sabe das conseqüências”, discursou Lázaro.
Segundo Dobri, o Grito da Terra não conseguiu atender todas as expectativas e resultados esperados pela Federação, contudo considerou o saldo positivo.
Sobre o acirramento dos ânimos nesta manhã, quando os agricultores familiares decidiram bloquear o acesso das dependências do Incra, Olavo Nienow negou à reportagem da Rádio Caiari que a Polícia Federal teria sido acionada para conter o protesto. “Em nenhum momento acionamos a Polícia Federal. Quem compareceu no local foi a Polícia Militar, sendo que esta não foi alertada pela Superintendência ou Direção do Órgão”, explicou.
A reportagem da Rádio Caiari acompanhou a saída dos manifestantes do Instituto, onde pôde-se avaliar o tamanho da sujeira deixada nos corredores internos e externos do órgão. Segundo a Assessoria de Imprensa do Incra, muitos funcionários não compareceram por conta da falta de condições de trabalho. “Ficamos impossibilitados de usar os banheiros, já que estavam totalmente imundos”, relatou uma funcionária.