ARTIGO - Uma presença muito estranha na Amazônia - Por: Mauro Porto

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Foto: Divulgação

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O sistema econômico-político, vigente e hegemônico hoje no mundo, é um sistema orientado pelo capital, pelo dinheiro, pela maximização do lucro. Seu fio condutor é o modo de produção neoliberal, hoje chamado de globalização. Ele se realiza e se satisfaz por meio do mercado. Esse modelo é baseado no consumo exarcebado, na competição entre indivíduos, na super-exploração e precarização do trabalho, na utilização exaustiva dos recursos naturais com suas conhecidas conseqüências. O mercado é excludente, concentrador e torna, de um lado, uma parcela da sociedade altamente consumidora e devoradora dos recursos naturais e, do outro, uma sociedade carente e miserável, que também influi conseqüentemente no equilíbrio ambiental e é sua primeira vitima. Para continuar sobrevivendo, o capital se expande, se renova, atingindo um novo estágio, cada vez mais agressivo. Cria novos tipos de mercado, novas áreas de comércio, gera novas necessidades... Expande-se em busca de tudo que possa representar lucro e riqueza. Tudo, a natureza, os animais, o conhecimento, a cultura, a arte... é transformado, nas mãos do mercado, em cifras, em mercadoria. Isso é o que se avizinha para a nossa Amazônia. Pedidos de concessão de milhares de projetos de mineração, de siderurgia, de extração de madeira, de comercialização de água, de garimpos e de tantos outros projetos, esperam aprovação para entrar na Amazônia nos próximos anos. Muitos já entraram ilegalmente, outros com licença do Departamento Nacional de Recursos Minerais - DNRM. Segundo o texto base da CF-2007, página 56, existem, atualmente, 41 mil processos de exploração mineral na Amazônia. Outra presença é a do agronegócio. Segundo o Greenpeace, até 2020 a produção mundial de soja deverá atingir 300 milhões de toneladas de grãos, o que representaria triplicar a área atualmente plantada. Cresce também, com a mudança da matriz energética, a plantação de cana no Centro e no Sudeste do Brasil para a produção do etanol. Quem arcará com toda essa demanda e suas conseqüências sócio-ambientais? Já é escandaloso o número de estrangeiros que compram enormes propriedades na Amazônia. Quase sempre com a benção dos governos locais e vista grossa dos órgãos federais. Os interesses são os mais diversos e vão desde “regalias” até o contrabando de animais e a biopirataria. Segundo a revista Isto é Dinheiro, de 19 de setembro de 2006, só o Sr. Johan Eliasch, milionário sueco, comprou, no ano de 2005, por R$ 10 milhões, 160 mil hectares de floresta no Estado do Amazonas. Com o capital, tanto internacional como doméstico, “ocupando” a Amazônia, sobram pressões externas e internas para “vencer” a floresta e facilitar a circulação de mercadoria. Renascem, então, as antigas idéias desenvolvimentistas para dar “embasamento” e “fundamentação” para os projetos de infra-estrutura na Amazônia. Aqui entra, por ser conveniente, e tão somente por isso, as falácias do “crescimento”, da geração de energia para evitar do apagão, da geração de empregos, do “desenvolvimento”... Tudo isso avalizado pelo governo e bancado com dinheiro público do “Banco Nacional de Desenvolvimento Social” - BNDS. O exemplo mais emblemático desse processo de logística e de imposição antidemocrático é o da obra “complexo do Madeira” que prevê a construção de duas usinas hidroelétricas no Rio Madeira. O que está pensado para a Amazônia, hoje, é algo incompreensível para o caboclo, o ribeirinho, o indígena, o morador urbano. Essa presença maliciosa, sem escrúpulo e, até certo ponto invisível, que cresce a cada dia sobre a Região Amazônica, calcula, planeja e executa sem que as reações cheguem sequer a ameaçá-la. De uma coisa os povos amazônicos têm certeza, pois estão há muito calejados: indústrias de mineração e agronegócio não geram empregos suficiente; não distribuem renda ou riqueza, ao contrário, concentram; degradam o ambiente; geram conflitos, e; principalmente, o desenvolvimento não é para todos. *VEJA TAMBÉM: * ARTIGO - O asfaltamento da BR-429 em Rondônia - Por: Pe. Josep Iborra Plans * ARTIGO - Pirarublue faz excelente resgate de Noel - Por Edneide Arruda
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