Crítica e reflexão – Por Paulo Ayres

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Foto: Divulgação

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“POLITICANALHA” NO SERVIÇO PÚBLICO Venho defendendo contundentemente o afastamento imediato dos cargos públicos, de todos aqueles ocupantes que têm interesse direto nas eleições municipais de 2008. Foi sem querer querendo, a verdade é que muitos tendem a confundir e a tendência é utilizar dos respectivos cargos para tirar proveito eleitoral. A recente briga envolvendo a Prefeitura de Porto Velho e o Governo de Rondônia no caso do oxigênio, é apenas um caso, de uma série que certamente poderão acontecer, caso não seja adotada providências. No entanto, se sabe que estes afastamentos não acontecem, diante da necessidade de se manter os acordos com os partidos, na velha prática do que é dando que se recebe. DESMATAMENTO: APENAS UMA COCEIRINHA Um esforço tremendo deve ser desenvolvido para entender um Governo que “faz festa” ao anunciar redução dos índices de desmatamentos na Amazônia, para em seguida colocar em prática a privatização da floresta, entregando de “mão beijada” para os predadores em potencial, ou seja, os madeireiros. O certo é que no tocante a Rondônia, a Superintendência Regional do Ibama falhou feio e passa um atestado de burrice ao fazer uma leitura errada dos dados provenientes de satélite. Este mesmo Governo que agora se diz preocupado com o desmatamento, é o mesmo que politicamente para forçar a concessão da licença ambiental, para a construção das malditas usinas do rio Madeira, acabou por sucatear e destroçar o Ibama. Com toda certeza a regulamentação do uso das florestas brasileiras e o desmembramento do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) influenciaram decisivamente para o aumento do desmatamento na região Amazônica. A criação da Lei 11.284, que regulamenta a gestão de florestas públicas, abre caminho para o desmatamento e a exploração de madeira de forma descontrolada. O governo tem que revogar essa lei e não pode entregar áreas importantes para o meio ambiente e para o setor privado, que explora e depois entrega uma terra arrasada para o governo. No caso de Rondônia, poderosos impedem uma ação mais contundente de repressão à devastação da floresta, e por certo continuarão agindo impunemente. A única solução é uma ação imediata da sociedade no sentido de suspender a aplicação da lei de privatização da floresta em território rondoniense e se editar novas restrições às atividades madeireiras no Estado. É de causar tristeza também as recentes declarações do presidente da república que considerou os dados da devastação apenas uma coceirinha. A declaração tem a mesma dimensão da idiotice que está sendo veiculada na televisão via propaganda da empresa Umuarama - o pai ao chegar em casa e flagrar a filha “levando um amasso” do namorado, diz: “O que está acontecendo... Filha você não serviu um suco para o rapaz?”. Estou convicto que na história deste país, nunca, nunca se falou tanta besteira. DESMATAMENTO, TRÁFICO E O EXÉRCITO Sem adentrar no mérito institucional do país insistir nesta agressão de serviço militar obrigatório, que deveria ter sido extirpado com o advento da Nova República, já passou da hora da sociedade brasileira, do Congresso Nacional, enfim, das autoridades tomarem um posicionamento no que diz respeito à efetiva utilização das Forças Armadas, e em especial - o Exército Brasileiro. Em Rondônia enquanto o pessoal da 17ª Brigada de Infantaria de Selva fez um grande exibicionismo numa ação civil ao ocupar militarmente o espaço da construção do teatro, se observa a ausência e a extrema necessidade do emprego deste contingente militar de forma efetiva e permanente em pelo menos três áreas distintas: a efetiva ocupação integral das áreas de fronteira para o combate implacável ao narcotráfico; a vigilância permanente das áreas de preservação ambiental; vigilância das reservas indígenas, visando o sistemático combate ao tráfico de diamantes (vide ocorrências na reserva Roosevelt). Ninguém almeja mais um Exército para desfiles e formaturas militares, para se fantasiar com uniformes do tempo de Portugal como se observou recentemente lá pelo Nordeste; promover competições esportivas; se concentrar nos grandes centros urbanos; brincar de guerra em seus treinamentos; ou se ocupar de funções que perfeitamente são de competência de outras instituições. O Brasil precisa urgentemente de um Exército atual e prático. POLÍTICOS DE RONDÔNIA PERDEM FEIO PARA O ACRE Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios comprova o que já se vislumbrava por aqui. A bancada federal de Rondônia está mesmo sem prestígio junto ao Governo Federal, apesar de viver batendo palmas, apoiando inclusive as malditas usinas do rio Madeira. Isto reflete só uma realidade: falta de identidade rondoniense. Muitos estão por aí levantando a bandeira de Rondônia, rigorosamente só enquanto sua ingênua população estiver outorgando mandatos, poderes, ou meios de “engordar” suas contas bancárias. Essa de dizer que por residir na região já se sente rondoniense (salvo honrosas exceções) é na realidade pura malandragem. Rondônia perde feio, muito feio no quesito de repasses de recursos provenientes de emendas parlamentares, por parte do Governo Lula. Bem pertinho daqui, o Acre é só festa. Aquele estado de acordo com a pesquisa foi o segundo a obter mais liberações em proporção às emendas aprovadas no período em análise. Recebeu R$ 652,961 milhões, ou o equivalente a 53,07% das aprovações. Os estados que tiveram pior desempenho nas liberações foram o Amapá, Espírito Santo, Sergipe, Roraima, Alagoas, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rondônia. A pesquisa da CNM aponta que os estados mais ricos, com maior representação política no Congresso Nacional, são os que recebem mais recursos das emendas parlamentares, em detrimento das regiões mais pobres. CAMPEÃO EM VIOLÊNCIA: RONDÔNIA Outra pesquisa divulgada esta semana, mostra que 556 municípios brasileiros, cerca de 10% do total, concentram 73,3% dos homicídios – ou seja, praticamente três quartos desses crimes. De acordo com dados do Ministério da Justiça, dos 26 estados, seis têm mais de um terço de seus municípios entre os 10% mais violentos do país: Amapá (50%), Rio de Janeiro (46,7%), Roraima (40%), Pernambuco (40%), Mato Grosso (36,9%) e Rondônia (36,5). RONDÔNIA UM ESTADO DE “OBA-OBA” E DE FAZ DE CONTA! Infelizmente esta é a grande verdade e até mesmo em infra-estrutura de governo, o que resta ainda é obra do Governo Jorge Teixeira. Mas enquanto faltam planejamento e programas efetivos de desenvolvimento sócio-econômico, Rondônia tem sido mesmo um paraíso do “oba-oba”, do faz de conta, de projetos mirabolantes, da sacanagem política. Falta a parte técnica e sobra fantasia. Com a transformação do Território Federal no Estado de Rondônia, e em seguida o fim da ditadura militar, qual o programa fantástico voltado para o desenvolvimento foi colocado em prática? Na realidade o Estado vem sendo saqueado ao longo dos tempos. A destituição de um coronel do cargo de governador foi defendida como um divisor de águas, e que a partir daí a construção de um novo ciclo de desenvolvimento. Veio então como salvador da pátria ancorado pela falácia do plano econômico de José Sarney a eleição do “homem da bengala”, que na prática além de fumar seus charutos e trair ideais políticos, nada se observa de concreto. Tudo ainda era muito novo para todos. Afinal, foram várias décadas de território e àqueles que ficaram nas beiradas do poder, com o advento do Estado, afiaram suas garras rumo aos cofres públicos. Sai Jerônimo Santana e entra o médico Oswaldo Piana, que pode entrar efetivamente para a história como um administrador que estrategicamente “plantou” sustentáculos fortes principalmente junto ao Tribunal de Contas. Foi um Governo voltado rigorosamente para as “entranhas” daqueles que se encontravam encastelados no poder e verifica-se aí a primeira greve de fato na Polícia Militar. Saindo pelas portas do fundo, ganhou a aposentadoria de ex-governador, deu “thauzinho” ou uma “banana” para o povo e ficou por isso mesmo. Ressurge então das cinzas o ex-vereador, ex-prefeito e comerciante falido Valdir Raupp de Matos. Em meio à “festança” e a “lambança” com os recursos públicos, com seguidos escândalos e a decretação da falência do Beron, se projetou muito, mas para coisas subalternas. Além da farra de cargos e criação de organismos, o Estado ficou praticamente a mercê do enredo de uma escola de samba do Rio de Janeiro e na fantástica aventura das embriagadas autoridades ao festival de Parintins onde foram ver o boi bumba e “bumbou”. Em seguida veio o governo de José de Abreu Bianco. Como afirmara anteriormente, falta projeto técnico sério e sobra fantasia. Estrategistas e cientistas políticos fajutos convenceram que tinham uma estratégia inédita do novo governador superar o êxito de Fernando Collor que ficou famoso pelo combate aos marajás. A idéia era projetar o “homem” nacionalmente, e talvez até mesmo disputar a presidência da república. De porre, foi editado um desastrado decreto, demitindo quase onze mil pais e mães de família. Ao invés de desenvolvimento, veio a fome, o desespero, a miséria e o descrédito. O carnaval passou, o boto atacou no boi-bumbá, servidores foram penalizados, e chega a era Cassol. Além de forçar o chapéu até em solenidades oficiais, ter trabalhado muito no caso da recuperação da malha viária (a verdade tem que ser dita), novamente não se verifica de forma efetiva um programa de desenvolvimento. A coisa ficou tão graciosa que como suporte político foi utilizado até mesmo a gravação da mini-série da Rede Globo sobre a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Essa é a Rondônia do faz de conta. Quem se recorda, por exemplo, do programa algodoeiro, hoje abandonado. Do programa anunciado com banda de música e tudo para o cultivo de lavouras, que acabou levando a falência vários pequenos produtores. Da decantada Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim transformada num autêntico “cemitério”. O que restou do tal pólo-industrial de Porto Velho? E agora estão usando a construção das usinas do rio Madeira como a salvação econômica do Estado. Ignorando o caos social, muitos se encontram ainda iludidos. É o tal do “oba-oba” mesmo. Rondônia conta com um Curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional ministrado pela Fundação Universidade Federal de Rondônia. Qual a contribuição científica das pesquisas realizadas para o desenvolvimento do Estado? Alguém ainda duvida que Rondônia ainda é um Estado do faz de conta?
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