O governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), defendeu que todos os recursos arrecadados com a cobrança da CPMF sejam destinados à saúde. "É importante que a saúde tenha toda a CPMF. Ela foi criada para a saúde", disse Cassol, que está no Ministério da Fazenda para negociar uma revisão da dívida que o Estado contraiu, depois da intervenção do Banco de Rondônia (Beron).
Otimista, o governador acredita que mesmo com todas as dificuldades que o governo está enfrentando, a emenda será aprovada pelo Senado. Ele informou que está trabalhando para convencer o senador Expedito Júnior (PR-RO) a votar favoravelmente pela prorrogação da CPMF. "Estou tentando convencê-lo. Por mais que eu tenha amizade com ele, a decisão é dele. Eu não tenho direito de exigir. Mas como parceiro, eu tenho a missão de tentar convencê-lo", afirmou o governador. Ele ponderou, no entanto, que a dívida do Beron não é compartilhada com o voto do senador. "O voto é à parte, independente", afirmou Cassol.
Segundo Cassol, o Estado não quer o perdão da dívida, mas sim o direito da sua revisão. "A dívida não é nossa", justificou ele. Segundo o governador o Tribunal de Contas da União deu parecer favorável à revisão da dívida. Ele informou que o Estado já pagou em oito anos R$ 800 milhões dessa dívida que no início era de R$ 43 milhões. Segundo Cassol, ainda tem 22 anos para pagar a dívida e por mês desembolsa entre R$ 10 milhões a R$ 12 milhões. Ele não soube informar o montante da dívida neste momento.
Para o governador houve irregularidades do Banco Central na intervenção do Beron. "Os diretores do Banco Central e os interventores da época deveriam estar todos na cadeia. Eles saquearam o nosso Estado e fizeram irregularidades. Fecharam o banco em 1996 e deixaram funcionando até 99", afirmou Cassol. O governador disse que vai permanecer sem partido até as eleições municipais, no ano que vem. Mas informou que já recebeu convite do senador Roberto Jefferson (PTB) para se filiar à legenda. "Primeiro vou curar as feridas que colocaram no meu ombro", disse. (Adriana Fernandes).
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