*O anedotário político brasileiro reza que um candidato, ao se empolgar no palanque, começou a fazer promessas, dizendo que iria fazer várias obras na cidade, inclusive uma ponte. Ao ser questionado sobre o fato de não haver um rio no local que justificasse a obra, ele respondeu que não tinha problema, pois posteriormente construiria um rio para passar por baixo da ponte. O prefeito de Vilhena, Marlon Donadon, encarnou o personagem da piada, e cometeu atitude semelhante. O problema é que, além de construir a ponte num lugar seco, Marlon autorizou a invasão do território do Estado do Mato Grosso, onde ergueu a obra. A atitude insana do prefeito acabou rendendo prejuízos ao Município, pois além do dinheiro gasto para a construção da ponte, os cofres públicos de Vilhena terão que arcar com multa aplicada pelo Ibama, em função da prática de crime ambiental.
*O serviço foi executado no quilômetro seis da linha 100, no Distrito de Nova Conquista, na divisa do estado de Rondônia com o Mato Grosso. A ponte de bate estaca, em madeira, com 42 metros de extensão, custou R$ 52.834,20, e foi feita pela empresa Santa Cruz, de Cerejeiras. A fronteira é delimitada pelas águas do Rio Cabixi. Na época do lançamento da obra, o vice-prefeito de Vilhena, Jandir Ferreira, afirmou que a ponte garantiria o direito dos moradores de Nova Conquista transitar entre Rondônia e Mato Grosso, mas ninguém explicou que o município de Vilhena iria invadir o estado vizinho para construir a mesma dentro do território do Estado vizinho. A idéia da prefeitura era construir a ponte a cerca de cem metros de onde existe uma via de acesso sobre o rio, já dentro do Mato Grosso, e depois desviar as águas do Cabixi para que o artefato tivesse utilidade.
*Não se sabe que atitude as autoridades do Mato Grosso irão tomar com relação ao caso, uma vez que tudo indica que o Estado vizinho não foi comunicado sobre a invasão territorial. Mas o propósito de desviar o curso do Rio Cabixi já demandou problemas para a administração de Vilhena, que recebeu multa de R$ 300 mil em função do ocorrido. Além do crime ambiental, Marlon Donadon poderá responder a processo judicial, pois na avaliação de advogados o fato de aplicar recursos do município no Estado vizinho caracteriza a prática de improbidade administrativa. O caso também está sendo averiguado pela Câmara de Vereadores do Município.
*
Veja também: *
Melki Donadon é condenado a quatro anos de cadeia
*
Prefeitura de Vilhena mantém advogados contratados irregularmente em seu quadro de servidores
*
PRF apreende 666 pedras de diamantes