*A paralisação dos servidores e professores da Ufac continua. A decisão já havia sido tomada antes mesmo da realização da assembléia na manhã de ontem na sede da Adufac. A greve começa com força em todo o país a partir do dia 30, quando as instituições irão aderir à entrada unificada ao movimento. Por enquanto, apenas três universidades federais pararam: a do Pará, de Rondonópolis (MT) e a do Acre, que conseguiu este ano envolver os núcleos de todo o Estado, além do Colégio de Aplicação. Por este motivo, não há previsão quanto à suspensão da greve, que deverá concentrar esforços no teor político das reivindicações.
*O alvo será o projeto de reforma universitária, elaborado pelo Ministério da Educação, e que está sendo esperado pela Câmara dos Deputados desde julho para ser apreciado. "Achamos que esta reforma não será boa para as universidades, nem para o ensino superior", diz o coordenador do Comando de Greve da Adufac, José Ronaldo Melo. A reação tardia à reforma, começou com a articulação e consolidação de um movimento contrário a maior parte dos itens da proposta. Entre eles, a possibilidade da entrada de capital estrangeiro nas instituições e o descredenciamento de universidades que não atendem às exigências do MEC quanto à qualificação. Aí se incluiria a Universidade Federal do Acre. "Temos consciência que havia uma desorganização do movimento devido ao fato de que a vanguarda do sindicalismo estava compondo o governo federal. Isto emperrou as negociações nos anos anteriores", defende Ronaldo Melo.
*Outro ponto contestado pelos docentes é a falta de especificação sobre o salário dos aposentados, que poderia criar fendas para que houvesse diferenças salariais como ocorre hoje com os beneficiários do INSS. Quanto à pauta salarial, os professores universitários mantêm a exigência de reposição de perdas de 145%, sendo que 18% de forma imediata, além da incorporação das gratificações aos salários. "A maioria dos docentes recebe gratificações e já está na hora de esses valores serem incorporados aos salários", diz Ronaldo Melo.
*À procura de aliados - A partir do dia 30, quando a greve ganhará a adesão da maioria das instituições federais, o sindicato da categoria irá forçar o governo a receber os representantes do movimento. Ao mesmo tempo, grevistas buscarão aliados para defender seus interesses. Para tanto, convidaram os senadores Tião Viana (PT/AC) e Geraldo Mesquita (Psol/AC), para discutir temas ligados ao governo e à educação. O evento será realizado segunda-feira, 29, no auditório do Colégio de Aplicação, às 19h.
Greve não impedirá concurso
*A greve não impedirá a realização do concurso para professor adjunto, assistente ou auxiliar de ensino. As inscrições que se encerram no dia 31 de agosto estão sendo feitas normalmente. Por dia, o comando de greve recebe, em média, duas solicitações para liberação de atividades. Não deverão ser prejudicadas com a greve as turmas que colarão grau nos próximos dias, desde que tenham entrado com a documentação quinze dias antes da paralisação. Provas finais e outras atividades de encerramento de período devem ser realizadas sem problema.